O tratamento da água destinada para consumo é de extrema importância. Existem diferentes tratamentos para diferentes tipos de água, visando deixá-la livre de contaminantes e adequada ao consumo. O problema é que a água tratada não atinge toda a população mundial, tornando-se necessário o desenvolvimento de tratamentos eficazes e de baixo custo que possam atender regiões menos desenvolvidas.
Um exemplo de tratamento de baixo custo é a desinfecção da água pelos raios solares, chamada de SODIS (acrônimo de Solar Water Disinfection), que consiste em expor a água ao sol, em recipientes variados, como vidros, garrafas PET e outros materiais. Os raios solares que incidem sobre as garrafas por um tempo determinado (normalmente horas ou poucos dias, dependendo da água utilizada) promovem a elevação da temperatura, o que resulta na morte dos microrganismos presentes na água. Alguns estudos demonstraram que com essa metodologia há redução de doenças causadas por água contaminada, como diarreia, cólera e disenteria.
O SODIS foi apresentado pela primeira vez em 1984 e atualmente é utilizado em locais em que a população não possui água de qualidade. A vantagem de tal sistema é que ele é utilizado a nível doméstico, sendo as próprias famílias responsáveis pela exposição de suas garrafas PET. Para aumentar a eficiência do processo, as garrafas são dispostas em superfícies que colaboram para a temperatura, como folhas de zinco, ou pintadas com cores escuras. Coletores solares também são utilizados para promover tal aumento.
Outra vantagem do SODIS é que ele não requer energia elétrica para funcionar. Porém, embora de baixo custo e prático, o SODIS não é aplicável para grandes quantidades de água e ainda depende da quantidade de sol incidente em determinado local. O sistema precisa, ainda, de água clara, ou seja, não é qualquer água que pode ser utilizada, principalmente se a utilização após a exposição for para ingestão. O sistema é indicado para desinfecção de águas captadas em mananciais superficiais cujas características físicas e químicas são adequadas, mas é impossível inferir se há ou não risco de microrganismos patógenos.
Recentemente, o SODIS tornou-se objeto de estudo de vários pesquisadores que buscam maneiras de ampliar a desinfecção mantendo o baixo custo. Aumentar a concentração dos raios solares, aumentar a quantidade de água tratada, reduzir o tempo de exposição e aumentar a eficiência são exemplos da expansão da desinfecção solar.
Fonte: blog da Engenharia