Pesquisa pretende descobrir como manter prédios como hospitais, por exemplo, funcionando durante os abalos
Engenheiros da Universidade da Califórnia, em San Diego, estão realizando testes sísmicos em um prédio de cinco andares na Englekirk Structural Engineering Center, com a ajuda da maior mesa de abalos do mundo. O objetivo do projeto é descobrir o que precisa ser feito em prédios como hospitais, por exemplo, para que continuem em funcionamento depois de um terremoto. Os pesquisadores também tentarão descobrir se as barreiras contra incêndios são afetadas pelos abalos sísmicos.
O edifício é composto de dois tipos diferentes de fachadas: os dois últimos andares são feitos de painéis de concreto pré-moldado, enquanto os três andares de baixo estão revestidos com placas de gesso e estuque leve. O prédio está equipado com uma unidade de terapia intensiva, sala de cirurgia, canalização, ar condicionado, barreiras contra incêndios e um elevador, além de uma torre de água e sistema de aquecimento na cobertura.
No primeiro dia de testes, ocorrido há cerca de duas semanas, o prédio passou por abalos da mesma magnitude do terremoto de Northridge, Califórnia, em 1994 (6.7 na escala Richter) e do terremoto do Chile em 2010 (8.8 na escala Richter). Os resultados mostraram que a base do prédio balançou significantemente, mesmo equipada com um rolamento de borracha cilíndrico que isolou grande parte do prédio do movimento lateral que sofreria num terremoto de verdade. Porém, a estrutura que fica em cima destes isoladores sofreu poucas distorções.
Segundo a professora e pesquisadora Tara Hutchinson da Jacobs School of Engineering da Universidade, este teste mostrou que os isoladores colocados embaixo do prédio protegeram os componentes não-estruturais. Ainda de acordo com Hutchinson, os danos aconteceram em objetos ou estruturas que são fáceis e baratos de reparar, como por exemplo, paredes divisórias. Os engenheiros monitoraram o prédio com mais de 500 sensores e 70 câmeras, que gravaram o movimento de componentes internos do edifício.
Segundo informações da Universidade da Califórnia, esta é a primeira vez nos Estados Unidos que uma pesquisa se dedica a estudar vários sistemas não-estruturais e equipamentos que podem falhar durante um terremoto, como por exemplo, elevadores, escadas e inúmeros equipamentos médicos.