sábado, 20 de agosto de 2011

Empresas espanholas ajudam no desenvolvimento de energia eólica no Brasil


A Espanha joga um papel 'fundamental' no desenvolvimento da energia eólica no Brasil, cujo preço de geração caiu para a metade nos últimos dois anos, afirmou um alto representante do setor nesta sexta-feira.
'Desde 2008, o país tem um papel destacado, uma contribuição que envolve desde os fabricantes de equipamentos até o grau de seus investimentos', disse à Agência Efe Ricardo Simões, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica).
A contribuição da tecnologia espanhola para a geração de energia eólica ficou evidente no leilão de eletricidade a partir de fontes alternativas concluída na quinta-feira pelo Governo brasileiro.
A fabricante espanhola Gamesa 'teve uma presença destacada no leilão', disse Simões, que anotou que a empresa 'foi a que mais ganhou contratos, pois a maioria dos investidores vencedores utilizou essa marca em suas licitações'. Gamesa inaugurou em 8 de julho na Bahia a primeira fábrica de aerogeradores da América Latina.
O leilão de energia eólica, hidráulica, termoelétrica gerada por gás natural e de biomassa, segundo o empresário, 'foi bem-sucedida e demonstrou a independência e segurança da diversidade de fontes existentes no Brasil'.
A estatal Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leiloou na quinta-feira 1.929 megawatts de energia, que começarão a ser distribuídos em 2014. Dos 110 mil megawatts de potência instalada no Brasil, 1 mil provêm da fonte eólica (0,9%) e outros 5.700 megawatts dessa matriz já foram leiloados para serem distribuídos na atual década.
No leilão, o preço da energia eólica foi 50% inferior ao registrado em outra licitação há dois anos, ao passar de R$ 200 por megawatt/hora até os atuais R$ 99,57.
O novo preço da energia eólica é inferior ao gerado por outras matrizes, como o gás natural, que é de R$ 120. Tal redução, de acordo com o especialista, se deve 'à disputa do mercado brasileiro por parte dos grandes fabricantes de aerogeradores', que perante o agravamento da crise de 2008 aumentaram sua presença em mercados emergentes como China e Brasil.
Com a instalação no Brasil de quatro usinas de produção de aerogeradores, o país passou a ter um 'papel de liderança na região para estabelecer associações e lançar projetos, especialmente com vizinhos como a Argentina, que tem um grande potencial no sul'.