sábado, 27 de agosto de 2011

Como a África pode ser o paraíso das energias renováveis



O continente africano tem algumas das melhores condições globais para as energias renováveis, sobretudo solar e eólica, de acordo com a Greenpeace.
“Há um potencial considerável para a utilização de energias renováveis no norte de África, um potencial que ainda nem arrancou”, explicou ao Deutsche Welle Andrea Boehling, da Greenpeace. A responsável diz que é preciso, acima de tudo, um enorme investimento em parques eólicos e solares.
Um dos países que poderá beneficiar deste potencial é o Egito, que tem um plano ambicioso de, até 2020, utilizar 20% da sua factura energética a partir de renováveis, sobretudo eólica.
Há vários projetos que estão a ser alinhavados no norte africano, como o Parque Eólico de Zafarana, perto do Golfo de Suez e que já é o maior de África. O parque, aliás, é co-financiado por vários governos europeus. Há também planos de curto prazo para lançar um novo projeto eólico em Gabal el-Zeit.
O Mar Vermelho é um dos melhores locais do mundo para a energia eólica, com um potencial estimado de 20.000 megawatts – o equivalente à energia gerada por 16 centrais nucleares.
O restante dos países do norte de África têm estratégias diferentes. Enquanto a Argélia continua a apostar nas suas reservas de gás e petróleo, outros, como Marrocos, desenvolveu uma estratégia baseada nas renováveis. Sobretudo com a ajuda europeia, como os parques eólicos de Essaouira e Tangier.
Há ainda outro ambicioso projecto africano, o Desertec. Lançado em 2009, este projeto pretende promover as energias limpas a partir dos desertos de todo o mundo. Um dos objetivos deste projeto é que, em 2050, cerca de 15% das necessidades energéticas da Europa sejam garantidas através dos parques eólicos e solares do Sahara.
“Quase toda a tecnologia está pronta. O próximo passo é estabelecer a estratégia política necessária”, explicou Alexander Mohanty, um dos responsáveis pelo conceito.
“O conceito Desertec pode resolver o problema global de energia”, mas as linhas de transmissão entre África e a Europa precisam de ser estendidas. E isso poderá demorar, pelo menos, dez anos.