Quinhentos metros da
auto-estrada N329 em Oss, centro da Holanda, parecem saídos de um filme de
ficção científica. Os candeeiros que ladeiam a via foram substituídos por
marcas rodoviárias que brilham no escuro e se alimentam da luz do Sol. Os
autores do projecto pretendem “inovar a experiência de condução” e melhorar a
segurança rodoviária.
As
imagens do projecto criado pelo designer Daan Roosegaarde em parceria com a
Heijmans Infrastructure são muito futuristas. Seis linhas verdes fluorescentes
com 500 metros, três em cada lado da auto-estrada, destacam-se na escuridão e
iluminam o caminho para os condutores. Neste momento estão ainda numa fase de
teste mas, no final de Abril, vão estar a funcionar em pleno.
O objectivo, explica o site Studio Roosegaarde, é “criar estradas que
sejam mais sustentáveis e interactivas através do uso de luzes, energia
inteligente e sinais de trânsito que se adaptem a situações específicas de
tráfego”.
A tecnologia em que se
baseia a iluminação das estradas é simples. As marcas rodoviárias que delimitam
a auto-estrada são feitas com um pó especial luminescente misturado com a tinta
usada nas estradas. A mistura “alimenta-se” da luz do Sol e ao estar “carregada”
permanece iluminada à noite, durante mais de dez horas. A tinta, que
Roosegaarde apelida de dinâmica, torna-se visível com as oscilações de
temperatura e “permite que o pavimento das estradas comunique informação de
tráfego relevante e adequada directamente aos condutores”.
Esta alternativa à
iluminação convencional foi bem recebida na Holanda, onde os candeeiros nas
auto-estradas são desligados durante a madrugada para poupar energia, apesar
dos riscos admitidos para a condução.
O projecto do designer holandês
foi tornado público no final de 2012 e foi apresentado como uma solução para
melhorar a segurança nas estradas e que fosse amiga do ambiente. Além deste
tipo de iluminação, Roosegaarde continua a desenvolver outros projectos
destinados às estradas, incluindo luzes que indicam a direcção do vento ou
marcas rodoviárias sensíveis à temperatura que se alteram consoante as
condições meteorológicas. É o caso dos enormes flocos de neve desenhados pelo
holandês e que podem vir a ser colocados nas vias.
Roosegaarde espera que
outros países se interessem pelas suas ideias e adaptem também este tipo de
tecnologias.
“Um dia estava sentado no
meu carro na Holanda e fiquei impressionado com as estradas nas quais gastamos
milhões mas de que ninguém quer saber como são e como se comportam. Comecei a
imaginar esta Route 66 do futuro onde a tecnologia salta do ecrã do computador
e torna-se uma parte de nós”, resumiu Roosegaarde, em Outubro de 2012, à
revista Wired.
Fonte: Público