quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Novos maquinários permitem executar paredes diafragmas até em solo rochoso



Divulgação: Geofiz Fundações
Execução de paredes-diafragma tem evoluído com o avanço do maquinário, que atinge cotas de escavação mais profundas, com maior produtividade e menores níveis de ruído.

Elementos estruturais de concreto armado concebidos para contenção de empuxos de terra, água e sobrecargas em escavações verticais profundas, as paredes-diafragma são uma solução recorrente nos centros urbanos, onde a falta de área livre dificulta a execução de outros processos.

Nos últimos anos, a demanda por tecnologias mais eficazes e produtivas promoveu avanços nessa área. Equipamentos de grande porte desembarcaram no Brasil, com destaque para as hidrofresas. Ao mesmo tempo, alternativas ao uso da lama bentonítica como fluido estabilizante também apareceram, proporcionando ganhos ambientais e econômicos.

"As paredes-diafragma têm evoluído com o avanço do maquinário. Aumentou-se a capacidade de escavação atingindo maiores profundidades e espessuras de paredes com segurança, velocidade e redução de ruído", comenta o engenheiro Luiz Antônio Naresi Júnior, especialista em fundações pesadas e geotecnia e gerente geral de planejamento da Progeo Engenharia. Ele lembra que este tipo de técnica de contenção é aplicado principalmente em subsolos enterrados. Nesses casos, primeiro se realiza a parede-diafragma tornando o perímetro da construção estanque e contido, para então dar início à escavação dos pavimentos subterrâneos, de forma a garantir a contenção da caixa de escavação. As paredes-diafragma são construídas a partir de lamelas de até 7 m de comprimento e espessura variando entre 0,45 m e 1,50 m (com profundidades de até 100 m).

"A evolução das técnicas de execução tem buscado mitigar problemas, minimizar patologias e transpassar limites anteriormente impenetráveis pelos processos convencionais", resume o engenheiro Luiz Callandrelli Neto, gerente técnico da Costa Fortuna. Tanto é que, recentemente, têm sido introduzidos no País equipamentos diafragmadores hidráulicos de grande porte capazes de auferir maior rapidez executiva, menor exposição de um furo aberto, e maior controle de verticalidade e prumo de escavações, constituindo uma alternativa ao clamshell mecânico, utilizado no Brasil desde a década de 1970.
SERVIÇOS EM SOLO ROCHOSO

Divulgação: Terratest
Até a introdução da hidrofresa nas obras brasileiras, a execução de subsolos em terrenos urbanos era restrita devido à dificuldade de escavação em rocha.
Foi em meados de 2009 que chegou ao Brasil a primeira hidrofresa (hydromill, em inglês) com a promessa de permitir a execução de parede- diafragma em qualquer tipo de obra, independentemente da natureza do subsolo local.

A hidrofresa é composta por uma estrutura de aço rígido e por dois motores hidráulicos instalados na parte inferior da estrutura que giram alinhados no sentido horizontal e em direções opostas, além de uma bomba de alta capacidade de sucção. Solo e rocha são triturados por rodas e correntes de corte, ficam em suspensão no fluido estabilizante e são direcionados até a abertura central do equipamento, onde são aspirados pela bomba hidráulica e conduzidos à central de tratamento. "Ao contrário das metodologias utilizadas no Brasil, esta ferramenta só é retirada do furo quando é atingida a cota de ponta estipulada em projeto. Isto devido ao seu princípio de funcionamento, conhecido como circulação reversa", explica Callandrelli. Sensores eletrônicos incorporados ao corpo da ferramenta acompanham toda a operação, registrando informações para o controle de vários parâmetros, como a verticalidade da parede.
PAREDE-DIAFRAGMA EXECUTADA COM HIDROFRESA

Ilustração: Sergio Colotto
Componentes
Sequência de execução

PAREDE-DIAFRAGMA EXECUTADA COM CLAMSHELL


Sequência de execução
FonteTéchne