quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Arte de Projetar e Construir Estruturas

Na última quinta-feira (5), às 20h, o PET Civil organizou mais uma palestrar para alunos da graduação, mestrandos, professores e simpatizantes da área de Engenharia Civil. Pela segunda vez colaborando nesse tipo de atividade, o ministrante, engenheiro Dr. Paulo Helene, apresentou a palestra intitulada ‘Arte de Projetar e Construir Estruturas’.

Já de início destacou a importância e a grandeza de estar ou já ter cursado Engenharia Civil na UFPR, dizendo que o Brasil precisa de engenheiros mais qualificados e está ‘pagando bem’ por eles. Segundo o IPEA, a carreira de Engenheira Civil está entre as 5 com melhores salários. Porém, faltam engenheiros, pois muitos desistem ao longo do curso, mesmo a profissão de projetista civil pleno tendo o segundo maior aumento salarial de 2012.



No entanto, ser engenheiro civil é saber lidar e tomar cuidado com os riscos, como bem destacou Paulo Helene. Para ilustrar isso, ele elencou diversos acidentes acompanhados de possíveis causas:
1) Edifício Liberdade – Rio de Janeiro RJ
Data: 25/01/2012
Construção: Entre 1938 e 1940 (18 andares + loja + sobreloja)
Idade: 72 anos
Possíveis causas: sobrecarga nas lajes por conta da reforma do 3º e 9º andares; quebra de pilares – estrutural.
2) Edifício Comercial/Residencial – Guarulhos SP
Data: 02/12/2013
Construção: 2012 até a data da queda (andares + 2 subsolos)
Possíveis causas: rachaduras por conta da baixa qualidade do material que foram negligenciadas.
3) Edifício Real Class – Belém do Pará PA
Data: 20/01/2011
Construção: 34 pavimentos, concreto de 35 MPa.
Possíveis causas: Colocação de armaduras com bitolas diferentes das de projeto.
Foi destacado então que em 61,1% dos casos, a troca de bitolas de aço na falta de materiais pré-determinados é autorizada pelo mestre de obras, e não pelo engenheiro responsável.
Após esses e outros casos de desastres da engenharia, Paulo Helene mostrou a história pela perspectiva da Engenharia Civil. Começando nas pirâmides e chegando às grandes pontes de concreto protendido e edifícios com concreto de 80MPa.
Para responder a pergunta: ‘Como pode ser o futuro?’, Paulo Helene destacou mais do que utilitas (funcional), firmitas (estável e durável) e venustas (bonita), como já destacada por Marcus Vitruvius, arquiteto e engenheiro romano, as obras de engenharia devem ser sustentáveis. Utilizaram cada vez mais concreto de alta resistência, economizando diversos materiais, como 70% de areia, 70% de brita, 53% de concreto, 53% de água e 20% de cimento.

Por fim, Paulo Helene destacou:
“Os Arquitetos e os Engenheiros Civis constroem os marcos de pujança, de grandeza, de desenvolvimento e de poder das civilizações. Traduzem sua história, seus sonhos e seus ideais em majestosas e duráveis obras que elevam a auto-estima de seu povo. A educação continuada, a responsabilidade e o comprometimento no exercício profissional, a pesquisa e o bem projetar, controlar e construir, com ética e qualidade, é a chave para manter essa importância e vocação da arquitetura e engenharia civil brasileiras.”.
“Não basta ser estudante da UFPR... tem que ser CIVIL”.


Como a palestra, o PET Civil arrecadou quase 40kg de alimentos que foram doados para Fundação de Ação Social (FAS).