Na última quinta-feira (5), às
20h, o PET Civil organizou mais uma palestrar para alunos da graduação,
mestrandos, professores e simpatizantes da área de Engenharia Civil. Pela
segunda vez colaborando nesse tipo de atividade, o ministrante, engenheiro Dr.
Paulo Helene, apresentou a palestra intitulada ‘Arte de Projetar e Construir
Estruturas’.
Já de início destacou a
importância e a grandeza de estar ou já ter cursado Engenharia Civil na UFPR,
dizendo que o Brasil precisa de engenheiros mais qualificados e está ‘pagando
bem’ por eles. Segundo o IPEA, a carreira de Engenheira Civil está entre as 5
com melhores salários. Porém, faltam engenheiros, pois muitos desistem ao longo
do curso, mesmo a profissão de projetista civil pleno tendo o segundo maior
aumento salarial de 2012.
No entanto, ser engenheiro civil
é saber lidar e tomar cuidado com os riscos, como bem destacou Paulo Helene.
Para ilustrar isso, ele elencou diversos acidentes acompanhados de possíveis
causas:
1) Edifício Liberdade – Rio de
Janeiro RJ
Data: 25/01/2012
Construção: Entre 1938 e 1940 (18
andares + loja + sobreloja)
Idade: 72 anos
Possíveis causas: sobrecarga nas
lajes por conta da reforma do 3º e 9º andares; quebra de pilares – estrutural.
2) Edifício Comercial/Residencial
– Guarulhos SP
Data: 02/12/2013
Construção: 2012 até a data da
queda (andares + 2 subsolos)
Possíveis causas: rachaduras por
conta da baixa qualidade do material que foram negligenciadas.
3) Edifício Real Class – Belém do
Pará PA
Data: 20/01/2011
Construção: 34 pavimentos,
concreto de 35 MPa.
Possíveis causas: Colocação de
armaduras com bitolas diferentes das de projeto.
Foi destacado então que em 61,1%
dos casos, a troca de bitolas de aço na falta de materiais pré-determinados é
autorizada pelo mestre de obras, e não pelo engenheiro responsável.
Após esses e outros casos de
desastres da engenharia, Paulo Helene mostrou a história pela perspectiva da
Engenharia Civil. Começando nas pirâmides e chegando às grandes pontes de
concreto protendido e edifícios com concreto de 80MPa.
Para responder a pergunta: ‘Como
pode ser o futuro?’, Paulo Helene destacou mais do que utilitas (funcional),
firmitas (estável e durável) e venustas (bonita), como já destacada por Marcus
Vitruvius, arquiteto e engenheiro romano, as obras de engenharia devem ser
sustentáveis. Utilizaram cada vez mais concreto de alta resistência,
economizando diversos materiais, como 70% de areia, 70% de brita, 53% de
concreto, 53% de água e 20% de cimento.
Por fim, Paulo Helene destacou:
“Os Arquitetos e os Engenheiros
Civis constroem os marcos de pujança, de grandeza, de desenvolvimento e de
poder das civilizações. Traduzem sua história, seus sonhos e seus ideais em
majestosas e duráveis obras que elevam a auto-estima de seu povo. A educação
continuada, a responsabilidade e o comprometimento no exercício profissional, a
pesquisa e o bem projetar, controlar e construir, com ética e qualidade, é a
chave para manter essa importância e vocação da arquitetura e engenharia civil
brasileiras.”.
“Não basta ser estudante da
UFPR... tem que ser CIVIL”.
Como a palestra, o PET Civil
arrecadou quase 40kg de alimentos que foram doados para Fundação de Ação Social
(FAS).