Você já se perguntou porque os cursos de Engenharia, em geral, possuem um alto índice de evasão?
Não é difícil perceber que as engenharias exigem um tempo maior de dedicação, além de um nível básico de conhecimento. Mas o que explica a desistência de cerca 55,59% dos alunos ingressantes?
A escolha prematura do curso associada à deficiência na formação básica resultam em uma evasão de 56,02% dos alunos que cursam engenharia em instituições públicas e de 37,68% dos alunos que cursam em particulares (neste caso há a associação quanto a dificuldades financeiras ao decorrer dos períodos). Diante a este cenário, onde a universidade atua na melhoria da graduação como um todo?
A falha no sistema educacional brasileiro começa na base e é carregada até o ensino superior. Um dos grandes fatores influenciadores para a desistência é a falta de conhecimento a respeito da grade curricular, em conjunto com um início de curso desestimulador para muitos que esperam aulas mais práticas e relacionadas ao curso escolhido, o que resulta em uma maior evasão durante os primeiros quatro períodos.
O Project Based Learning (PBL) é uma iniciativa que tem por meta elaborar uma dinâmica de aprendizado em que os professores são tutores e os alunos deixam de receber o conteúdo de forma passiva, estudando de forma aprofundada problemas reais relacionados à teoria que se está estudando.
O objetivo do programa é mudar a estrutura escolar e acadêmica de forma global, para que os alunos sejam melhor estimulados a aprender o conteúdo e estender seu conhecimento, afim de aplicá-los de forma experimental e não apenas em provas e exames.
O sistema PBL é uma ideia contemporânea que permite nos questionar a respeito do sistema atual educacional.Até que ponto as provas avaliam o conhecimento do aluno? O sistema de vestibular é eficaz? Porque os alunos não se sentem estimulados a desenvolver pesquisas e projetos?
O PET Civil UFPR hoje aplica o PBL em duas disciplinas do curso de Engenharia Civil. Nas aulas de introdução a engenharia (1º período) os alunos aprenderam a desenvolver o Design Thinking, que consiste basicamente em 5 passos:
O problema apresentado à turma foi a Segurança no canteiro de obras, onde os alunos prototipavam soluções adequadas, interpretando, idealizando e experimentando o problema.
Já na disciplina de Estruturas de Madeira (10º período) a proposta desenvolvida junto ao professor foi a construção de um paraciclo para o Campus Politécnico da UFPR, com o propósito de dinamização das aulas e melhoria da atual situação dos paraciclos instalados pelo campus.
Nesta disciplina os alunos também utilizaram a abordagem Design Thinking, que funciona como um mapa mental da situação problemática. Além dos discentes desenvolverem a teoria em sua aplicabilidade, também foram incentivados a cursar e permanecer na matéria.
Você sente-se estimulado no curso? Acredita que está preparado para solucionar problemas reais no mercado de trabalho? Não é apenas conformar-se com a situação educacional no Brasil, há várias maneiras de começar o processo de transformação, a partir da nossa universidade.