segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bolha imobiliária: o Brasil está livre dela?

O mercado imobiliário parece estar em alerta. Embora não haja garantias de que uma bolha imobiliária possa estourar em breve, há quem já esteja preparado.

De uma maneira muito simplificada, bolha imobiliária se dá quando a oferta de imóveis é maior do que a demanda de compradores. O que culmina na desvalorização das construções. Foi o que aconteceu durante a crise econômica iniciada nos Estados Unidos, em 2007.

Há quatro anos na América havia uma grande quantidade de liquidez (dinheiro disponível para empréstimo), inclusive para empréstimos "subprime", chamado de segunda linha. O subprime é considerado de risco maior, já que é oferecido para pessoas com histórico de inadimplência. Como o perigo é maior, a taxa de juros acompanha esse risco. Esse tipo de empréstimo é bem quisto por gestores, devido à grande lucratividade.
  

A gota d’água da tensão mundial foi quando o banco francês BNP Paribas anunciou que estava congelando os saques de três de seus fundos de investimentos, esses recursos estavam aplicados nas operações hipotecárias nos EUA. Eis que a partir desse momento as taxas de inadimplência superaram as expectativas. Quem tinha reservas de dinheiro passou a não querer emprestar e quem precisava não sabia onde conseguir. Com a intenção de incentivar o consumo, os bancos centrais do mundo passaram a emprestar dinheiro para os bancos.

O que é comum nesses casos é que investidores passem a colocar seus papéis à venda. E aumentando a oferta com baixa demanda, a tendência é a desvalorização. Foi exatamente isso que aconteceu com o setor imobiliário. Havia muitos imóveis à venda e poucas pessoas com recursos para comprar.

Nos últimos anos a economia nacional cresceu bastante. A classe média já é maioria no Brasil. Com mais recursos é comum que todos partam em busca do sonho da casa própria. O que vem chamando atenção de especialistas é o preço exagerado do m2. Segundo uma pesquisa do EXAME/Ibope, os preços dos imóveis subiram uma média de 24,7% no último ano em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Dr. João da Rocha Lima Jr., Professor Titular de Real Estate, afirma que o aumento de preços não é o suficiente para caracterizar a bolha imobiliária.

"Há alguns segmentos de mercado que estão um pouco acima do que seria aceitável por seu preço de custo", diz o professor. Os donos de construtoras estão alegando que por venderem algo que ainda não foi construído, muitas vezes acabam saindo no prejuízo. "O preço que é fechado no contrato é o de orçamento, muitas vezes ele é extrapolado e a construtora termina com a uma margem de lucro menor do que a prevista", justifica Dr. João da Rocha Lima Jr.

O professor diz que esse aumento era justificado até o final do ano passado e que 2011 já aponta um aumento considerável. Devemos dobrar a atenção caso os preços continuem subindo. Até o presente momento não há com que se preocupar. "Além disso, uma bolha imobiliária oferece risco aos investidores, dificilmente chegaria a prejudicar a população no geral", finaliza o Dr. João Rocha Lima Jr.

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