Após exatamente um ano, o “Novo” Canal de Suez foi inaugurado! Mas o que seria
esse “novo” canal? É, na realidade, uma ampliação do antigo Canal de Suez com a
construção de uma via de 35 km, paralela à via atual, na qual passariam navios
de grande porte no sentido contrário ao da outra via, possibilitando navegação
nos dois sentidos em quase todo o comprimento da passagem. Foi realizada também
a dragagem – aprofundamento –, do acesso atual (de 37 km).
Atualmente o canal tem 205 m de
largura - sendo 190 m navegáveis por embarcações de até 15 m de calado -, 195
km de extensão, e é responsável por 14% do transporte mundial de cargas.
Porém esta obra incrível, que irá
trazer diversos benefícios econômicos ao Egito, e uma diminuição de 7 horas (de
18 horas para 11 horas) no tempo de viagem, com um aumento considerável na
passagem de navios, não considerou os impactos ao meio ambiente.
A ampliação do Canal de Suez irá impactar
em níveis preocupantes a vida marinha no Mar Mediterrâneo devido a chegada de
espécies invasoras. Antes da ampliação essa preocupação já acontecia – cerca de
444 espécies invasoras no mar mediterrâneo -, e nenhuma medida havia sido
tomada. Com a ampliação do canal e o aumento da temperatura do mar mediterrâneo
– devido a mudanças climáticas globais -, a vinda dessas espécies aumentará
consideravelmente, agravando ainda mais a situação ambiental.
As entidades ambientais, após
início da obra, cobraram laudos do Egito para comprovar a ocorrência ou não de
impactos ambientais, porém esses laudos nunca foram feitos, e as cobranças
também não.
Para vermos como a ocorrência não
é em um lugar só, o Canal do Panamá não difere muito quando se trata de
impactos ambientais. O canal também é uma obra de grande importância econômica,
tem 101 anos de atuação e movimenta 4% de todo o comércio marítimo mundial.
A aproximadamente um ano atrás,
com a ampliação deste canal, 500 hectares de florestas estavam ameaçados de
desaparecimento nos contornos do canal.
O canal do panamá também
possibilitou o fluxo de animais silvestres terrestres e circulação genética de
árvores. Ou seja, a ligação terrestre ocorrida devido a criação do canal está
dando início a um intercâmbio genético nas redondezas.
Percebe-se então que os impactos
ambientais podem ser danosos a fauna e flora de um certo ambiente devido a
construção de canais, ou obras desse tamanho e classe. Portos, canais, diques,
hidroelétricas, entre outras obras de grande porte, que trazem impactos a vida
marinha, devem ter projetos que também visem a esfera ambiental, de forma a
harmonizar o crescimento econômico com a preservação ambiental.