Tendo em vista em como o setor de construção civil utiliza em abundância recursos naturais, além de ser um dos principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, optar por medidas sustentáveis é indispensável a fim de amenizar esses impactos ambientais. Pensando nisso, o grupo PET Civil UFPR elaborou um guia que aborda sobre uma dessas opções sustentáveis: o telhado verde. Nessa apostila, você encontrará um rebate histórico sobre o assunto, os tipos de telhado verde existentes e uma análise mais técnica do funcionamento de sua estrutura. Também, há uma reflexão final sobre suas principais vantagens, desvantagens, custo, manutenção e durabilidade.
Interseções em diamante divergente: confusas, mas seguras
Por Gabriel Angelo Juc Dias
A interseção em diamante divergente é um tipo de interseção em que os dois sentidos da rodovia se divergem durante a passagem do cruzamento existente na interseção. Ao ver um vídeo ou imagem desse tipo de dispositivo, é fácil notar que, a primeira vista, esse sistema parece ser muito caótico, mas esse conceito tem se difundido consideravelmente nos EUA e em alguns pontos da Europa, por reduzir pontos de conflito, ao fazer a inversão das faixas de tráfego.
Antes de falarmos propriamente sobre essa interseção, vamos voltar um pouco atrás e falar das interseções comuns as quais estamos acostumados. Elas podem ser interseções que conectam rodovias a estradas que dão acesso à comunidades, vias arteriais ou coletoras, ou também podem fazer a interconexão de duas ou mais rodovias com grande volume de tráfego.
Uma interseção diamante simples, como na imagem abaixo, envolve quatro rampas, duas que saem e duas que entram na rodovia.
Já as interseções do tipo diamante divergente, propõe uma ideia diferente. Confusa ao início, essas interseções colocam o motorista para dirigir no sentido oposto da rodovia. Entretanto, uma vez que os motoristas aprendem a usá-la, o sistema traz maior segurança aos seus usuários, motoristas e pedestres.
Entre os benefícios nesse tipo de conceito, pode-se citar a diminuição dos pontos de conflito (de 26 para 14) entre os diferentes sentidos da pista, o menor espaço de implantação, maior distância de visibilidade nas curvas e cruzamentos de pedestres mais curtos, entre outros benefícios.
O fluxo de tráfego é completamente diferente, pois nesse design é descartada a necessidade de realizar um cruzamento à esquerda, sendo que esse tipo de manobra faz parte das que mais podem causar acidentes e também lentidão no tráfego. Por outro lado, há a necessidade da instalação de semáforos para a inversão do fluxo.
Vejo o caso da próxima interseção em Springfield, Missouri. Até o ano que de 2008 a interseção era do tipo diamante simples, todavia, acontecia de haver um enorme volume de veículos nas áreas em vermelho, gerando congestionamento e colocando pedestres e motoristas em risco.
Um estudo realizado nessa interseção em específica constatou que houveram diminuição de acidentes em até 60%.
Para facilmente observar os benefícios de uma interseção assim, imagine um caminhão que deseja ir do ponto A até o ponto B. No sistema anterior, ele levaria mais tempo ao fazer o cruzamento, gerando mais congestionamento e diminuindo a visibilidade de outros usuários da pista. Já no sistema novo, o mesmo caminhão simplesmente pega a faixa da esquerda, sem correr o risco de causar infortúnios na pista.
Referências
OZAKSFIRST. STUDY: DIVERGING DIAMONDS DECREASE CRASES IN SPRINGFIELD. Disponível em: https://www.ozarksfirst.com/local-news/study-diverging-diamonds-decrease-crashes-in-springfield//. Acesso em: 30/11/2021.
ANDRÉ PITA. INTERSEÇÕES TIPO DIAMANTE DIVERGENTE. Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/interse%C3%A7%C3%A3o-tipo-diamante-divergente-andr%C3%A9-pita. Acesso em: 30/11/2021.
AUSTINMCCONNEL. HOW DIVERGING DIAMONDS KEEP YOU FROM DYING. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=A0sM6xVAY-A. Acesso em: 30/11/2021.
SEHINC. THE AMAZING WORLD OF: INTERCHANGE DESIGNS. Disponível em: https://www.sehinc.com/news/amazing-world-interchange-designs. Acesso em: 30/11/2021.
A formação e a Avaliação voltadas para o Desenvolvimento de Competências
Por Elvidio Gavassoni Neto
O setor de Engenharia Civil está passando por modificações substanciais. Fatores como sustentabilidade, crise energética, transformação digital e mudanças climáticas criam uma demanda por uma mão de obra qualificada e preparada para lidar com tais desafios. Porém, nem sempre as estratégias, procedimentos, instrumentos, conteúdos e finalidades adotados correspondem aos critérios e fatores almejados nas abordagens de formação e avaliação acadêmicas. Uma abordagem que vai de encontro a tais requisitos baseia-se no desenvolvimento de competências. Ser competente caracteriza-se por, diante de um problema profissional, mobilizar os recursos, os comportamentos e os conhecimentos disponíveis e articulá-los para que seja possível tomar decisões e fazer encaminhamentos adequados e úteis ao enfrentamento da situação.
Apenas uma força de trabalho competente e qualificada pode realizar a transição da Engenharia Civil para as condições desafiadoras do futuro do setor. Em uma condição atual onde as fontes de conhecimento, incluindo o saber técnico, estão amplamente disponíveis é esperado que a trajetória de formação educativa desloque-se da tradicional abordagem baseada em conhecimentos e passe a ser expressa em competências, habilidades, conhecimentos e saberes fundamentais para o exercício criativo, social e técnico da profissão de engenheiro civil. Essas competências incluem não só competências técnicas, mas também aquelas do tipo socioemocionais indispensáveis na tomada de decisão, trabalho em grupo, colaboração intercultural e interdisciplinar.
Como a avaliação é uma parte
indispensável do processo formativo, a abordagem baseada em competências também
se estende aos processos avaliativos na formação acadêmica. Há que se
desenvolver processos avaliativos que consigam evidenciar a forma pela qual
ocorre a articulação teoria e prática, bem como indicadores de como as
competências foram exercitadas e adquiridas durante a formação universitária
para averiguar a qualidade formativa dos futuros profissionais. Instrumentos
avaliativos, principalmente os de resposta fechada, qualitativos ou
quantitativos, como questionários, inquéritos, provas, testes, checklist,
workshops, portfólios, memoriais e quizzes utilizadas na avaliação com
abordagem voltada para verificação do conhecimento precisam ser substituídos
por outros que se adequem ao desenvolvimento das competências pretendidas.
A formação de profissionais de
Engenharia Civil qualificados para enfrentar os desafios da transição que essa
área enfrenta atualmente impõe grandes desafios. O enfrentamento desses
desafios passa pela abordagem da formação e da avaliação baseadas no
desenvolvimento de competências. Tais competências que são de várias naturezas
e se estendem muito além das clássicas e indispensáveis habilidades técnicas
incluindo o desenvolvimento de competências socioemocionais importantes para os
profissionais do futuro.