terça-feira, 21 de dezembro de 2021

APOSTILA TELHADO VERDE

    Tendo em vista em como o setor de construção civil utiliza em abundância recursos naturais, além de ser um dos principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, optar por medidas sustentáveis é indispensável a fim de amenizar esses impactos ambientais. Pensando nisso, o grupo PET Civil UFPR elaborou um guia que aborda sobre uma dessas opções sustentáveis: o telhado verde. Nessa apostila, você encontrará um rebate histórico sobre o assunto, os tipos de telhado verde existentes e uma análise mais técnica do funcionamento de sua estrutura. Também, há uma reflexão final sobre suas principais vantagens, desvantagens, custo, manutenção e durabilidade. 


Clique no link a seguir para acessar a apostila. Boa leitura! 💚 
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Interseções em diamante divergente: confusas, mas seguras

 Por Gabriel Angelo Juc Dias

    A interseção em diamante divergente é um tipo de interseção em que os dois sentidos da rodovia se divergem durante a passagem do cruzamento existente na interseção. Ao ver um vídeo ou imagem desse tipo de dispositivo, é fácil notar que, a primeira vista, esse sistema parece ser muito caótico, mas esse conceito tem se difundido consideravelmente nos EUA e em alguns pontos da Europa, por reduzir pontos de conflito, ao fazer a inversão das faixas de tráfego. 

Interseção tipo diamante divergente em Minnesota, ganhadora de prêmios. Fonte: sehinc.com

    Antes de falarmos propriamente sobre essa interseção, vamos voltar um pouco atrás e falar das interseções comuns as quais estamos acostumados. Elas podem ser interseções que conectam rodovias a estradas que dão acesso à comunidades, vias arteriais ou coletoras, ou também podem fazer a interconexão de duas ou mais rodovias com grande volume de tráfego. 

    Uma interseção diamante simples, como na imagem abaixo, envolve quatro rampas, duas que saem e duas que entram na rodovia. 


Interseção tipo diamante simples. Fonte: Google Maps

    Já as interseções do tipo diamante divergente, propõe uma ideia diferente. Confusa ao início, essas interseções colocam o motorista para dirigir no sentido oposto da rodovia. Entretanto, uma vez que os motoristas aprendem a usá-la, o sistema traz maior segurança aos seus usuários, motoristas e pedestres. 

    Entre os benefícios nesse tipo de conceito, pode-se citar a diminuição dos pontos de conflito (de 26 para 14) entre os diferentes sentidos da pista, o menor espaço de implantação, maior distância de visibilidade nas curvas e cruzamentos de pedestres mais curtos, entre outros benefícios.

    O fluxo de tráfego é completamente diferente, pois nesse design é descartada a necessidade de realizar um cruzamento à esquerda, sendo que esse tipo de manobra faz parte das que mais podem causar acidentes e também lentidão no tráfego. Por outro lado, há a necessidade da instalação de semáforos para a inversão do fluxo. 

Como funciona o fluxo na interseção em diamante divergente. Fonte: omaha.com

    Vejo o caso da próxima interseção em Springfield, Missouri. Até o ano que de 2008 a interseção era do tipo diamante simples, todavia, acontecia de haver um enorme volume de veículos nas áreas em vermelho, gerando congestionamento e colocando pedestres e motoristas em risco.

Interseção em Springfield, Missouri, em 2008. Fonte: Google Earth

     A partir de 2009 e até os dias atuais, foi adotado o sistema de interseção em diamante divergente para esse cruzamento. O novo sistema diminui a quantidade de tempo em que o usuário fica parado, e as barreiras centrais eliminam as chances de acidentes de tráfego. 

    Um estudo realizado nessa interseção em específica constatou que houveram diminuição de acidentes em até 60%. 

Interseção em Springfield, Missouri, nos dias atuais. Fonte: Google Earth

    Para facilmente observar os benefícios de uma interseção assim, imagine um caminhão que deseja ir do ponto A até o ponto B. No sistema anterior, ele levaria mais tempo ao fazer o cruzamento, gerando mais congestionamento e diminuindo a visibilidade de outros usuários da pista. Já no sistema novo, o mesmo caminhão simplesmente pega a faixa da esquerda, sem correr o risco de causar infortúnios na pista.


Sistema anterior


Sistema novo
    
    O estudo sobre sistemas de tráfego são complicados, e não existem soluções mágicas para resolverem problemas diários e sim soluções muito bem pensadas e arquitetadas. Apesar desse tipo de interseção não ser uma realidade significante em nosso país, saber que ela vem funcionando em demais locais pode servir de incentivo aos engenheiros que trabalharão na solução dos problemas de tráfego.
    
    Nós recomendamos assistir esse vídeo, que serviu de inspiração para essa matéria, e veja como esse tipo de interseção pode salvar vidas. 

Referências

OZAKSFIRST. STUDY: DIVERGING DIAMONDS DECREASE CRASES IN SPRINGFIELD. Disponível em: https://www.ozarksfirst.com/local-news/study-diverging-diamonds-decrease-crashes-in-springfield//. Acesso em: 30/11/2021.

ANDRÉ PITA. INTERSEÇÕES TIPO DIAMANTE DIVERGENTE. Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/interse%C3%A7%C3%A3o-tipo-diamante-divergente-andr%C3%A9-pita. Acesso em: 30/11/2021.

AUSTINMCCONNEL. HOW DIVERGING DIAMONDS KEEP YOU FROM DYING. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=A0sM6xVAY-A. Acesso em: 30/11/2021.

SEHINC. THE AMAZING WORLD OF: INTERCHANGE DESIGNS. Disponível em:     https://www.sehinc.com/news/amazing-world-interchange-designs. Acesso em: 30/11/2021.

 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A formação e a Avaliação voltadas para o Desenvolvimento de Competências

 Por Elvidio Gavassoni Neto

    O setor de Engenharia Civil está passando por modificações substanciais. Fatores como sustentabilidade, crise energética, transformação digital e mudanças climáticas criam uma demanda por uma mão de obra qualificada e preparada para lidar com tais desafios. Porém, nem sempre as estratégias, procedimentos, instrumentos, conteúdos e finalidades adotados correspondem aos critérios e fatores almejados nas abordagens de formação e avaliação acadêmicas. Uma abordagem que vai de encontro a tais requisitos baseia-se no desenvolvimento de competências. Ser competente caracteriza-se por, diante de um problema profissional, mobilizar os recursos, os comportamentos e os conhecimentos disponíveis e articulá-los para que seja possível tomar decisões e fazer encaminhamentos adequados e úteis ao enfrentamento da situação.

Operários trabalhando no projeto
Fonte: pixabay.com

      Apenas uma força de trabalho competente e qualificada pode realizar a transição da Engenharia Civil para as condições desafiadoras do futuro do setor. Em uma condição atual onde as fontes de conhecimento, incluindo o saber técnico, estão amplamente disponíveis é esperado que a trajetória de formação educativa desloque-se da tradicional abordagem baseada em conhecimentos e passe a ser expressa em competências, habilidades, conhecimentos e saberes fundamentais para o exercício criativo, social e técnico da profissão de engenheiro civil. Essas competências incluem não só competências técnicas, mas também aquelas do tipo socioemocionais indispensáveis na tomada de decisão, trabalho em grupo, colaboração intercultural e interdisciplinar.

    Como a avaliação é uma parte indispensável do processo formativo, a abordagem baseada em competências também se estende aos processos avaliativos na formação acadêmica. Há que se desenvolver processos avaliativos que consigam evidenciar a forma pela qual ocorre a articulação teoria e prática, bem como indicadores de como as competências foram exercitadas e adquiridas durante a formação universitária para averiguar a qualidade formativa dos futuros profissionais. Instrumentos avaliativos, principalmente os de resposta fechada, qualitativos ou quantitativos, como questionários, inquéritos, provas, testes, checklist, workshops, portfólios, memoriais e quizzes utilizadas na avaliação com abordagem voltada para verificação do conhecimento precisam ser substituídos por outros que se adequem ao desenvolvimento das competências pretendidas.

       A formação de profissionais de Engenharia Civil qualificados para enfrentar os desafios da transição que essa área enfrenta atualmente impõe grandes desafios. O enfrentamento desses desafios passa pela abordagem da formação e da avaliação baseadas no desenvolvimento de competências. Tais competências que são de várias naturezas e se estendem muito além das clássicas e indispensáveis habilidades técnicas incluindo o desenvolvimento de competências socioemocionais importantes para os profissionais do futuro.