Por Gabriela Buzzi Ribeiro
Desde o início da navegação
marítima, a segurança das embarcações e dos marinheiros, o tempo de navegação e
a quantidade de carregamento que o navio podia levar são questões de
importância para o comércio mundial e para as companhias navais. Neste sentido,
os navios cargueiros estão ficando cada vez maiores, a fim de reduzir o valor
do frete e, portanto, aumentar o lucro.
Entretanto, o aumento dos navios
não foi acompanhado pela adaptação dos portos e dos canais pelos quais as
embarcações passam. Um exemplo recente deste problema é o encalhamento de um
navio de aproximadamente 400 metros de comprimento no Canal do Suez no dia
23/03 deste ano. O navio ficou 6 dias encalhado, impedindo a passagem de outras
embarcações pelo canal, que é considerado um dos mais importantes do mundo.
Segundo a seguradora alemã
Allianz, o bloqueio poderia custar ao comércio global entre US$ 6 bilhões a US$ 10
bilhões por semana e reduzir o crescimento anual do comércio em 0,2 a 0,4
pontos percentuais.
Segundo o Relatório de
Competitividade Global, o Brasil possui uma das piores infraestruturas
portuárias do mundo. Tal situação é agravada pelas limitações físicas e
estruturais que dificultam as atracações dos navios.
Sendo assim, é comum haver um
grande acúmulo de sedimento no fundo das hidrovias, aumentando o risco de choque
dos cascos do navio. Por isso, torna-se necessário estabelecer uma restrição ao
calado das embarcações
(profundidade
a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em
relação à linha d'água).
Em consequência destas questões, frequentemente, é preciso
esperar a maré subir para manobrar com segurança, gerando custos de demurrage
(contraprestação devida em razão de se ter
extrapolado o prazo acordado em contrato para as operações de embarque e desembarque
da carga do navio). Pode-se
dizer então, que essas limitações nas vias aquaviárias no Brasil acabam
aumentando os custos de logística e de frete.
Neste cenário, é preciso manter
ou aumentar a profundidade dos canais de navegação. Para isso os portos
precisam realizar obras de dragagem de manutenção ou aprofundamento. Desta
maneira, a dragagem portuária precisa acompanhar a tendência mundial que vem
sendo estabelecida pela indústria do transporte marítimo, a qual investe cada
vez mais em embarcações de grande porte. Afinal, sem a dragagem, os portos
correm o risco de perder competitividade e tornarem-se obsoletos, afetando
consideravelmente a economia da região em que estão instalados e,
possivelmente, a balança comercial do país.
Por fim, é sempre importante
lembrar que as obras devem ser feitas de maneira consciente, analisando
questões ambientais e levando-as em consideração para a tomada de decisões.
Além disso, é preciso investigar onde mais convêm um investimento deste porte,
a fim de executar obras com responsabilidade econômica e social.
Fonte: O Petróleo
Referências:
Blog do Desenvolvimento; INFRAESTRUTURA
PORTUÁRIA NO BRASIL: MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS. Disponível em: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/blogdodesenvolvimento/detalhe/Infraestrutura-portuaria-no-Brasil-metodo-para-avaliacao-de-investimentos/
Acesso em 07/04/2021.
ANDERSON, Alexis. NAVEGAÇÃO
SEGURA E PORTOS EFICIENTES: Formação De Uma Empresa De Consultoria No Porto De
Santos. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/11504/1/51400178.pdf
Acesso em 07/04/2021.