Conhecido como uma das
necessidades básicas do ser humano, como sugere o nome, o saneamento básico
busca promover água potável de qualidade e destinação correta do esgoto e do
lixo, além de trata-los quando possível. Os principais objetivos são: prevenir
doenças, melhorar a limpeza pública básica e a qualidade de vida da população.
Na década de 70, apenas um
terço das residências do Brasil possuía acesso à rede de esgoto, no qual 5%
deste recebia o devido tratamento. O resto era jogado aos rios, que desembocam
no mar, fazendo uma cascata de poluição. Em 2007 foi, enfim, aprovada a lei
número 11.445, que assegura o saneamento básico a todos os residentes do Brasil.
Entretanto, mesmo com 10 anos de lei, pouco mais da metade da população tem
esse direito garantido pelo Estado.
Em 2010, 55% população
brasileira conseguiu acesso à rede de esgoto, conforme dados da Companhia
Saneamento de Jundiaí. Segundo o site da
Sampex Desentupidora (2012), 8,4 bilhões de litros de esgoto são gerados a cada
dia no Brasil, porém somente 30% deste é tratado, voltando a ser classificado
como potável.
FIGURA 1 – Estação de tratamento de esgoto no Rio de
Janeiro
Fonte: https://dedambiental.com.br/dicas/cuidados-estacoes-de-tratamento-de-esgoto-chuva/
A média do país decepciona, e
dados concretos de cada local podem chocar mais ainda. Belo Horizonte (MG) e
Curitiba (PR) são as únicas capitais presentes no top 10 da pesquisa do
Instituto Trata, com 100% e 98,5% de suas respectivas populações tendo acesso
ao saneamento básico. Já entre as 10 piores, aparecem quatro capitais: Teresina
(PI), Belém (PA), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) com respectivamente 16,3%,
7,2%, 6% e 2,2%.
FIGURA 2 – Esgoto a céu aberto em Macapá
FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-melhora-mas-metade-dos-brasileiros-segue-sem-esgoto-no-pais.ghtml
A fim de auxiliar a lei de
2007, foi planejado e lançado, em 2014, o Plano Nacional de Saneamento, que
conta com metas de curto, médio e longo prazo, revisadas de quatro em quatro
anos e com prazo final de 20 anos (ou seja, em 2034). Entre as metas, está a
universalização dos serviços de saneamento e a diminuição no desperdiço de
água. Infelizmente, segundo a Confederação Nacional da Indústria, o plano
somente poderá ser concretizado em 2054 devido à lentidão dos investimentos.
FIGURA 3 – Logo do Plano Nacional de Saneamento Básico
FONTE: https://brasil.gov.br/infraestrutura/2012/09/consulta-publica-para-definir-proposta-sobre-saneamento-basico-prorrogada/plansab/view
O Plano Municipal de
Saneamento Básico (PMSB) é um planejamento que deve conter dados sobre
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos
sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, que deverá ser elaborado
por técnicos da prefeitura e aprovado em audiência pública. O PMSB deve ser
referência para o cumprimento de metas, a fim de melhorar o saneamento nas
cidades.
A partir de 2018, cada cidade
deverá possuir um PMSB para que receba recursos federais de investimento nessa
área. Infelizmente, apenas 1.692 cidades (30,4%) declararam ter feito o plano.
Enquanto isso, 37,5% dizem estar com a elaboração do plano em andamento, 29,9%
não apresentaram qualquer tipo de dado e 2% apresentam inconsistências nos
dados descritos.
A principal argumentação das
cidades que têm dificuldades em apresentar o plano é a falta de engenheiros capacitados
para a elaboração do mesmo aliada à inexistência de verba para contratar
consultorias terceirizadas.
Os únicos estados que
apresentaram mais de 50% dos municípios com PMSB foram Santa Catarina (86%),
São Paulo (64%) e Rio Grande do Sul (54%). Há 15 estados em que menos de 20%
dos municípios possuem o Plano, assustam Pará (15%), Rondônia (10%) e Amapá
(0%).
REFERÊNCIAS:
QUAL a importância do saneamento básico?.
Disponível em:
.
Acesso em: 12 março 2018.
A importância do Saneamento Básico e seus
principais benefícios. Disponível em:
.
Acesso em: 12 março 2018.
SANEAMENTO Básico. Disponível em:
. Acesso em: 12 março
2018.
SANEAMENTO melhora, mas metade dos brasileiros
segue sem esgoto no país. Disponível em: .
Acesso em: 12 março 2018.
PLANO municipal de saneamento básico.
Disponível em: .
Acesso em: 10 abril 2018.
APENAS 30% das cidades do Brasil têm planos
municipais de saneamento. Disponível em: .
Acesso em: 10 abril 2018.