segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O caminho do lixo nas chuvas

Investimento para solucionar o problema das enchentes passa pela revitalização dos rios


As mudanças que as cidades necessitam operar para que a chuva deixe de ser um transtorno - e responsável por tragédias - podem ser demoradas e difíceis. O grande exemplo é o da Alemanha, onde muitos rios e margens tiveram de ser revitalizados. No Brasil, a cidade de Sorocaba, no interior paulista, também conseguiu revitalizar as margens das águas que cortam a área urbana, com a implantação de ciclovias, quadras de esportes e áreas para ginástica.  

Para o professor da Escola Politécnica da USP e especialista em Engenharia Civil e Ambiental, Benedito Braga, a proposta é interessante, já que é preciso afastar as pessoas das margens dos rios e córregos. Ele também acredita que a chuva que cai em meses como janeiro e fevereiro não aumentou nos últimos anos.

- Chove o mesmo que sempre choveu, mas hoje a ocupação urbana é inadequada - afirma.

Um dos grandes problemas, de acordo com o engenheiro civil, é o fato de as enxurradas só se tornarem uma preocupação na época do ano em que chove e há inundações. Para Braga, os períodos de seca deveriam ser usados para investimentos a curto, médio e longo prazos.

Tácio Mauro Pereira de Campos, coordenador do núcleo de Geotecnia Ambiental da PUC-Rio, entende que o lixo é capaz de potencializar a ação e os estragos de uma chuva, mesmo quando ela não é tão forte. Assim, qualquer resíduo jogado nas ruas de forma irregular é protagonista quando o assunto são ruas alagadas, prejuízos e transmissão de doenças.

Fonte: Nosso Mundo Sustentável