
O coordenador do Relatório de Controle Ambiental (RCA), engenheiro civil Eduardo Ratton, que também é professor da UFPR, explicou que os serviços foram contratados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e tiveram início em outubro do ano passado. A expectativa é concluir os estudos até o início de abril, quando o DNIT repassará o levantamento para avaliação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
De acordo com o coordenador do RCA, a dragagem do Passo do Jacaré tem o objetivo de aumentar a profundidade do canal de navegação, garantindo o tráfego seguro de embarcações durante todo o ano. O canal tem profundidade de 2,50 metros e o estudo prevê dragar 50 centímetros para que a profundidade chegue a 3 metros. O canal tem três quilômetros de extensão.
Ao longo da semana de trabalho na região de Porto Esperança, os engenheiros do ITTI vão avaliar possíveis impactos que a dragagem do canal pode trazer para o ecossistema. "Se houver algum impacto ambiental a dragagem não será recomendada", afirmou Ratton.
O engenheiro disse que o estudo avalia, por exemplo, se haverá algum tipo de impacto como instabilidade nas margens; depósito de sedimentos no leito do rio e assoreamento. Ratton argumentou que o Instituto Tecnológico está promovendo um amplo levantamento ambiental da região que inclui estudos da flora; fauna; regime das chuvas; do ciclo das águas no Pantanal; sócio-econômico e arqueológico. "Tudo isso para assegurarmos da possibilidade de impactos", esclareceu.

A navegação de barcaças, em sua maioria transportando minério, hoje fica prejudicada naquela região. Para transpor a ponte e o próprio canal é necessário o desmembramento das embarcações, o que aumenta o tempo de viagem e os custos.
Com a dragagem do Passo do Jacaré, esse tempo de viagem do comboio seria reduzido refletindo diretamente na diminuição do custo de transporte. A dragagem possibilitará o aumento da fluidez do tráfego, na medida em que não haverá a necessidade de desmembramento das embarcações. Com isso se ganharia dois dias no tempo de viagem.
Para transpor o Passo do Jacaré, na época de águas altas, de março a outubro, os comboios utilizam o canal que passa entre a margem esquerda do rio Paraguai e a Ilha da Figueirinha. Em dezembro, quando o rio já está com seu nível bastante reduzido, o canal da Ilha da Figueirinha não é mais navegável devido a um trecho crítico no começo da ilha. As barcaças são obrigadas a passar pelo canal oficial, localizado próximo à margem direita do rio estendendo-se até as proximidades da Ilha do Jacaré, o que aumenta a dificuldade dos comboios se alinharem perpendicularmente à ponte ferroviária.
Atualmente, em decorrência da pouca profundidade em alguns trechos do canal de navegação, os comboios não trafegam em épocas de águas baixas, entre novembro e fevereiro.
Após a intervenção, o novo canal de navegação deve contar com cerca 4.200 metros de comprimento, com largura aproximada de 110 metros e 3,20m de profundidade.
Fonte: Midiamax, Jornal Eletrônico do Mato Grosso do Sul.