sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O Curioso caso da ponte Tacoma Narrows!




             
Ponte de Tacoma Narrows durante a oscilação.

Pontes pênseis oscilantes sempre foram o terror de qualquer pessoa com medo de altura (principalmente se algum “amigo” estivesse do outro lado), mas, se a sensação de passar por essas pontes com apenas alguns metros de comprimento já era suficientemente desesperadora, imagine então cruzar uma ponte pênsil de 1600 metros de extensão e com incríveis 2 a 5 metros de oscilação!! Esta era a realidade de moradores e turistas com destino à Tacoma, cidade localizada no estado de Washington, nos EUA.


Ponte de Tacoma Narrows (1940)

Com um orçamento inicial de US$11 milhões a ponte de Tacoma Narrows teve sua fase de projetos iniciada em 1928, utilizando inúmeras estruturas triangulares. Entretanto, a viabilidade econômica do projeto não foi agradável aos ouvidos do departamento americano responsável pela construção da ponte, que solicitou uma revisão de projeto, resultando em um novo projeto orçado em apenas US$ 7 milhões, porém dessa vez utilizando outro método.

O PROJETO

O novo projeto utilizava um método avançado e que já havia sido testado em diversas obras de pequeno porte, se comparado aos 1,6 Quilômetros do estreito entre Gigharbor e Tacoma. A ponte pênsil contaria com dois pilares assistidos por duas vigas simples retilíneas e paralelas entre si, dando assim, a vantagem econômica para vencer o orçamento e ao mesmo tempo a grande distância do estreito.




Projeto Estrutural da Ponte de Tacoma Narrows
Apesar de mais frágil do que a estrutura anteriormente planejada, a ponte estava apta a suportar grandes cargas estáveis, dinâmicas e permanentes. Entretanto, uma variável crucial foi deixada de lado na fase de projetos, as peculiaridades atmosféricas do estreito, ou seja, a grande regularidade e intensidade de ventos na região. Mesmo assim, as obras foram iniciadas em 1938.
Ainda durante a construção da então carinhosamente apelidada Galloping Gertie (hit de sucesso na época cujo nome fazia alusão às “galopagens” da ponte), as consequências desta falha de projeto foram logo observadas por engenheiros, técnicos e trabalhadores. Basicamente, com ventos acima de 7km/h a estrutura vibrava, sempre verticalmente, gerando de 0 a 8 nós entre os pilares. Devido a esse fato, desde sua conclusão até sua ruptura (ambos em 1940) a obra de Tacoma Narrows foi fortemente estudada e analisada, gerando importantes avanços nas áreas de Ressonância, Aerodinâmica de Estruturas e Efeitos Não-lineares e, mais importante ainda, evitando futuros erros de engenharia tais quais os cometidos.


A RUPTURA



O colapso se deu no dia 7 de novembro de 1940, aonde, segundo o departamento responsável pela ponte registrou ventos de aproximadamente 70 km/h e também toda a cronologia dos acontecimentos referente às oscilações.
·         As oscilações foram primeiramente observadas na madrugada do dia 7 de novembro, já atingindo variações de 2 a 5 metros de altura, a ponte começa então a ser evacuada.
·         Por volta de 9:50, todos os carros tinham sido evacuados com segurança do local.
·         Às 10:03 a deflexão nos pilares atinge mais de 10 vezes o previsto em projeto.
·         Às 11:02 cai um trecho de 600 metros arrancando cabos e comprometendo definitivamente a estrutura.
·         Às 11:10 toda a estrutura já se encontrava submersa na enseada de Pudget Sound.
Por fim, não houveram vítimas fatais no incidente, com exceção de um pobre cachorrinho pertencente à um dos repórteres que estava no local. Força totó!!




MAIS INFORMAÇÕES:

Ponte Tacoma Narrows, 1940 – Um Estudo dos Efeitos Não-Lineares

Ponte Tacoma Narrows: Aeroelasticidade ou Ressonância?