O que é discriminação?
Discriminação
tem por significado ao pé da letra separar, segregar, pôr a parte. É uma prática que se faz presente na
humanidade desde seus primórdios e em alguns momentos é embasada pelas próprias
leis, sendo guiada por três vertentes psicológicas: o estigma, estereótipo e o
preconceito.
Dando
enfoque à discriminação de gênero no mercado de trabalho, as mulheres são
vítimas de tais atitudes, pois independente do posto do trabalho, recebem uma
remuneração inferior à dos homens, ainda que tenham o mesmo vínculo de
trabalho, trabalhem o mesmo número de horas e possuam o mesmo grau de
instrução. Um outro aspecto seria a baixa quantidade do sexo feminino nos
cargos de chefia, além de ser o primeiro selecionado para demissões. Mesmo com
o aumento das mulheres nas profissões que ainda eram preferencialmente do
gênero masculino, como as engenharias, no mercado de trabalho o diploma não é
visto de maneira equivalente para homens e mulheres.
O ingresso na Universidade
Segundo
o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira)
o número de mulheres que ingressam no ensino superior supera o de homens, no
entanto, os números despencam quando consideramos apenas os cursos relacionados
a ciências e a engenharia, sendo o desiquilíbrio na engenharia maior ainda: dos
81.194 estudantes que se formaram em 2015 no país, 29,3% são do sexo feminino e
70,7%, do masculino.
A discriminação na Engenharia
Você
sabia que em 2014 as mulheres representavam apenas 14% dos profissionais
registrados no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(Confea/Crea)?
Desde
o dia 08 de março de 1857, o dia em que mais de 100 mulheres foram mortas por
lutarem pelo reconhecimento e um tratamento decente em seus trabalhos, a luta
não parou.
Por
muitos anos a Engenharia foi associada à uma profissão para homens e até a
virada do século XXI, a presença das mulheres na construção civil estava mais
associada aos espaços de limpeza após a conclusão das obras. Esse cenário mudou
ao longo dos anos, permitindo às mulheres assumirem funções que antes eram
dominadas pelos homens.
A
desigualdade salarial ainda é notável, por exemplo, no site da FIPE (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) nota-se que a média salarial das engenheiras
no Brasil é 14% menor quando comparado aos homens, por mais que a legislação
brasileira proíba na Constituição Federal de 1988 a diferença salarial e a
discriminação trabalhista relacionada ao sexo, idade, cor, credo ou estado civil.
Lutar para mudar
Precisamos
valorizar o trabalho feito independente do gênero, valorizar o “fazer” e o
esforço. É uma vontade com o intuito maior de querer provar que as mulheres
podem sim exercer as mesmas profissões que os homens (e sim, nós podemos!), é
uma questão de descobrir como o mundo funciona e agir em prol de melhorá-lo,
uma questão de querer ser engenheira, com todas as atribuições e conhecimentos
da profissão que amamos.