terça-feira, 5 de setembro de 2017

Discriminação de Gênero na Engenharia

 O que é discriminação?

Discriminação tem por significado ao pé da letra separar, segregar, pôr a parte.  É uma prática que se faz presente na humanidade desde seus primórdios e em alguns momentos é embasada pelas próprias leis, sendo guiada por três vertentes psicológicas: o estigma, estereótipo e o preconceito.

Dando enfoque à discriminação de gênero no mercado de trabalho, as mulheres são vítimas de tais atitudes, pois independente do posto do trabalho, recebem uma remuneração inferior à dos homens, ainda que tenham o mesmo vínculo de trabalho, trabalhem o mesmo número de horas e possuam o mesmo grau de instrução. Um outro aspecto seria a baixa quantidade do sexo feminino nos cargos de chefia, além de ser o primeiro selecionado para demissões. Mesmo com o aumento das mulheres nas profissões que ainda eram preferencialmente do gênero masculino, como as engenharias, no mercado de trabalho o diploma não é visto de maneira equivalente para homens e mulheres.


O ingresso na Universidade

Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) o número de mulheres que ingressam no ensino superior supera o de homens, no entanto, os números despencam quando consideramos apenas os cursos relacionados a ciências e a engenharia, sendo o desiquilíbrio na engenharia maior ainda: dos 81.194 estudantes que se formaram em 2015 no país, 29,3% são do sexo feminino e 70,7%, do masculino.

A discriminação na Engenharia

Você sabia que em 2014 as mulheres representavam apenas 14% dos profissionais registrados no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea/Crea)?

Desde o dia 08 de março de 1857, o dia em que mais de 100 mulheres foram mortas por lutarem pelo reconhecimento e um tratamento decente em seus trabalhos, a luta não parou.

Por muitos anos a Engenharia foi associada à uma profissão para homens e até a virada do século XXI, a presença das mulheres na construção civil estava mais associada aos espaços de limpeza após a conclusão das obras. Esse cenário mudou ao longo dos anos, permitindo às mulheres assumirem funções que antes eram dominadas pelos homens.

A desigualdade salarial ainda é notável, por exemplo, no site da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) nota-se que a média salarial das engenheiras no Brasil é 14% menor quando comparado aos homens, por mais que a legislação brasileira proíba na Constituição Federal de 1988 a diferença salarial e a discriminação trabalhista relacionada ao sexo, idade, cor, credo ou estado civil.

Lutar para mudar

Precisamos valorizar o trabalho feito independente do gênero, valorizar o “fazer” e o esforço. É uma vontade com o intuito maior de querer provar que as mulheres podem sim exercer as mesmas profissões que os homens (e sim, nós podemos!), é uma questão de descobrir como o mundo funciona e agir em prol de melhorá-lo, uma questão de querer ser engenheira, com todas as atribuições e conhecimentos da profissão que amamos.