quarta-feira, 12 de junho de 2019

A História e o Exemplo de André Rebouças


Por Gabriel Juc Dias

História

Apesar do sobrenome comum que batiza bairros e avenidas, André Pinto Rebouças foi uma das personalidades marcantes que pouco se é comentada em nossa história. André nasceu em 1838. Seu pai, Antônio Pereira Rebouças, era advogado e sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, filha de comerciante. A família Rebouças se muda para o Rio de Janeiro em 1846 e os filhos continuam seus estudos. Oito anos depois, André e seu irmão Antônio ingressam no curso de Engenharia Militar pela Escola Central do Exército. Nos anos seguintes os irmãos Rebouças entram como voluntários no Batalhão de Artilharia e, em 1860, recebem o grau de Engenheiro Militar e galões de primeiro tenente. Os irmãos são considerados os primeiros negros brasileiros a cursar uma universidade. 
No ano seguinte recebem bolsas de estudos, prêmios dados para os melhores alunos, e seguem para a Europa, para os cursos de especialização em Engenharia Civil. Permanecem dois anos entre a França e a Inglaterra e ao voltar para o Brasil, André escreve “Memórias sobre os Caminhos de Ferro da França" e junto com o irmão escreve "Estudos sobre Portos de Mar".



André Rebouças
Fonte: Portal Unifei.


  Engenheiros Rebouças

  André serviu como engenheiro na Guerra do Paraguai. Escreveu ainda diversos artigos de cunho técnico, ligados aos diversos ramos da engenharia. Junto ao seu irmão, foi autor do projeto de estrada de ferro Antonina-Curitiba, que serviu de base para o desafiador trecho entre serras da ferrovia Paranaguá-Curitiba. Também foi autor de projetos de ponte de ferro sobre o rio Piracicaba e da avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro. Ainda na capital fluminense, André se destacou por ser o primeiro a solucionar o problema de abastecimento de água com mananciais fora da cidade.


Campanha abolicionista

André foi um dos mais ativos militantes do movimento abolicionista brasileiro. Esteve a frente da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e outras diversas sociedades. Venceram no dia 13 de maio de 1888. Com a Proclamação da República em 1889, Rebouças, monarquista, embarca junto com a família real para a Europa e nela se mantém até os últimos dias de sua vida, falecendo em 1896.


Referências

FRAZÃO, Dilva. BIOGRAFIA DE ANDRÉ REBOUÇAS. Disponível em: https://www.ebiografia.com/andre_reboucas/. Acesso em: 04/06/2019.

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, ANDRÉ REBOUÇAS. Disponível em http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/andrerebouca. Acesso em 04/06/2019.

GASPAR, Lúcia. ANDRÉ REBOUÇAS. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=333. Acesso em: 04/06/2019.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

A Idade de Cristo: Estruturas que Transpõem Vales e Gerações

Por Daniel H. Schmidt e Gabriel A. G. Correa


Ego pugnare ad mortem, mea aeterna Roma! (Vou lutar até a morte, minha eterna Roma). De fato, Roma é eterna. As inúmeras heranças deixadas pelo império romano continuam vivas na atual sociedade. Um exemplo desse legado é a arquitetura, mais especificamente os arcos. Essa forma estrutural é bela, eficiente e simples. Sua multiplicação é vista em cascas, cúpulas e abóbadas.

Os romanos, sempre revolucionários, usaram estruturas em arcadas - uma série de arcos - para construir parte de seus aquedutos. Os aquedutos romanos eram construções sofisticadas, e foram construídas com precisão extremamente fina do ponto de vista tecnológico. Na cidade de Roma existiam aproximadamente 416 km de aquedutos. Essa estrutura tinha como principal função fornecer água para as cidades sob domínio romano.

Essa notável rede de distribuição de água atravessava vales e montanhas, seja por meio de túneis ou por exuberantes estruturas arcadas que transpunham vales. Com declividades muito pequenas, pensadas para não erodir seu leito, sequências de arcos sobrepostos, chegavam a ter mais de 30 m de altura e 6 km de extensão. Essas grandiosas edificações eram, na maioria das vezes, executadas com grandes blocos de rocha granítica.

Legenda: Aqueduto dos Pegões, em Tomar, Portugal.
Fonte: aminoapps.com

Os arcos têm como vantagem possuir um momento fletor desprezível em todos os pontos, uma vez que atuam apenas sobre compressão. O problema da estrutura consiste em como absorver o empuxo causado pela tendência de afastamento. 

Uma forma de minimizar essa situação é a construção de arcos com grandes flechas, pois quanto maior a altura do arco, menor essa força de empuxo. Essa análise já era levada em conta nos aquedutos romanos e a absorção do empuxo pode ocorrer de muitas maneiras.

Uma forma eficiente de vencer essa reação é a construção de arcadas, um conjunto de arcos lado a lado, pois os empuxos internos são praticamente iguais e tendem a se cancelar, com isso, quem sofre são apenas os arcos da extremidade. Nos aquedutos, os romanos utilizavam-se de tal ferramenta. Os últimos arcos da estrutura, normalmente, eram apoiados por contrafortes. 

Os aquedutos eram vantajosos pela questão econômica, devido à arcada e a uma propriedade notável do arco: as pedras que o compõem permanecem em equilíbrio devido somente às forças mútuas de contato, sem necessidade, muitas vezes, de argamassa para cimentá-las umas às outras. 
Apesar da baixíssima resistência à tração, as estruturas que chegaram a colapsar não tiveram influência dos momentos fletores positivos. Os dois principais motivos que levaram grandes estruturas arcadas ao chão foram:
a) A ação de forças transversais, sejam causadas por fortes ventos ou sismos. 
b) O rompimento por baixa resistência ao corte em estruturas onde foram usadas matérias cimentadas para ligações das aduelas.
Contudo, é inegável a maestria desse método construtivo romano. Estruturas que perduram há mais de 2000 mil anos com pouquíssimos sinais de deterioração, nos provam que César estava certo: Roma é eterna!

Referências

CAMPELLO, Antônio. Análise Estrutural do Aqueduto dos Pegões através do Método dos Elementos Finitos. Disponível em: https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/28187011370389
2/DISSERTACAO_ANTONIO_CAMPELLO_73109.pdf. Acesso em: 03/06/2019.