quinta-feira, 28 de março de 2019

O uso de Energia Renovável

Por Nathany Cilli

Energia renovável, energia alternativa ou energia limpa são três nomes usados para qualquer tipo de energia que use fontes renováveis e que não geram grandes impactos negativos ambientais, ou seja, toda energia proveniente de uma fonte que se renova naturalmente de forma cíclica, que estão sempre disponíveis para a utilização e não se esgotam, produzindo menos CO2 para a atmosfera.
Com a evidência do desequilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente, muito tem se falado em utilização de energia renovável, fazendo com que essa discussão chegue ao ponto máximo de que todos os países do globo, usufruem dessa energia. Além de contribuir para a poluição, algumas fontes de energia utilizadas atualmente são de difícil acesso, geram degradação ambiental e também tem muitos riscos em seu processo de transformação.
O Brasil possui uma matriz energética predominantemente renovável. O restante do planeta possui essa matriz com base em combustíveis fósseis sendo energias renováveis, incluindo a energia hidráulica.

Figura 1- Matriz energética brasileira e do mundo
Fonte: MME/BEN(2006)


Tipos de Fontes de Energia Renováveis e sua Utilização

Energia Solar

É o recurso natural mais abundante e com maior disponibilidade em todo o planeta, a luz do sol. Os raios solares podem ser usado de forma direta, para aquecimento de água, ou de forma indireta, produzindo energia elétrica por meio do uso das células fotovoltaicas(transformação da radiação solar em energia elétrica por meio de placas que ficam expostas sob a luz do sol)

Figura 2- Placas fotovoltaicas

Energia Eólica

Por meio de turbinas, a força dos ventos é convertida em energia mecânica e, posteriormente, em energia elétrica. Hoje em dia, novas tecnologias têm sido estudadas, tornando as turbinas mais eficientes. A emissão de CO2 dessa fonte de energia alternativa é mais baixa que a da energia solar e é uma opção para o país não depender somente das hidrelétricas.

Figura 3- Parque Eólico
      Fonte: https://www.portal-energia.com/vantagens-desvantagens-da-energia-eolica/

Biomassa

É a geração através da queima de materiais orgânicos, derivada de plantas ou de animais, como o bagaço da cana-de-açúcar, álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais, entre outros. Embora a queima desses materiais libere gases poluentes na atmosfera, ela é considerada uma forma limpa de geração devido ao fato que essa quantidade de CO2 é absorvida no cultivo desses materiais, zerando os impactos ambientais. A biomassa pode ser uma das grandes fontes de energias renováveis se for cultivada de maneira sustentável, ou pode ser uma grande destruidora se manejada de forma incorreta.

Figura 4- Biomassa
Fonte: https://tnpetroleo.com.br/noticia/novas-energias-biomassa-deve-ser-mais-valorizada-com-reforma-do-setor/

O Brasil é uma referência na comunidade internacional em utilização de fontes de energia renováveis.

O Brasil se tornou um grande exemplo de utilização de energias renováveis no mundo inteiro e essa conquista se deve a soma de diversos fatores. O Brasil consegue combinar políticas públicas de incentivo e estímulo a pesquisas de novas tecnologias de fontes renováveis e ao mesmo tempo dispõe de um imenso território com riquezas naturais com grande potencial.
Em 2016, 43,5% de nossa matriz energética era composta de fontes de energia renováveis, enquanto a média mundial era de 14,2%.

Figura 5-Energias Renováveis: Resenha Energética Brasileira 2016
Fonte: MME

Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil é o terceiro maior gerador de energias renováveis, que são aquelas que não liberam resíduos ou gases poluentes na atmosfera, assim como o terceiro maior produtor de energia hidrelétrica em relação ao mundo. As hidrelétricas usufrui do maior porcentual de energia produzido pelo país. Essas usinas geram eletricidade pelo movimento da água de rios, seja por desníveis naturais ou por outros criados artificialmente.
A segunda principal fonte mais usada no país não é limpa, são as usinas termelétricas, que podem ser movidas por gás natural, bagaço de cana e combustíveis fósseis. Mas a tendência é que, nos próximos anos, ela seja ultrapassada pela eólica.

 O uso da energia renovável na construção civil

Apesar da construção civil ter uma grande importância para que o país se desenvolva, sendo uma das principais fontes de crescimento da economia, ela também é considerada um dos setores que mais impactam negativamente o meio ambiente, principalmente por causa dos recursos naturais, sendo responsável por 8% do total de emissões de gases do efeito estufa.
Contudo, o ramo de energias renováveis vem sendo avaliado com bons olhos podendo ser um grande aliado para diminuir os impactos causados pela construção civil. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética(EPE), o uso de renováveis passou de 39,4% para 41,2% em 2015. A energia eólica, obteve uma variação de 2% para 3,5 e a energia solar de 0,01% também em 2015..
Pode-se citar como destaque, os painéis fotovoltaicos provenientes da energia solar, que estão cada vez mais aumentando seu uso nas edificações, justamente por causa da redução de custos e da sustentabilidade. Um dos principais motivos da utilização de energia solar é o fato dela ser renovável, e pela localização em que o Brasil se encontra, onde a alta incidência dos raios solares, que são abundantes e sem custo, proporcionam um forte potencial para a geração de energia.
Com isso, é inegável que a energia solar torna o empreendimento mais sustentável, assim como qualquer outro tipo de energia renovável. Tudo isso pode ser implementado e integrado na construção civil, evitando grandes danos agressivos à natureza.

Referências

O mercado da Construção Civil. Disponível em: http://blog.alsolenergia.com.br/2017/12/construcao-civil-energias-renovaveis/. Acesso: 23/03/2019
Fontes de Energia Renováveis. Disponível em: https://blog.bluesol.com.br/fontes-de-energia-renovaveis/. Acesso: 23/03/2019
O que é Energia Renovável. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/5031-energia-renovavel. Acesso: 23/03/2019
Energia renovável na Construção Civil. Disponível em: http://eletrotartari.com.br/dicas/energia-renovavel-na-construcao-civil-entenda-sua-importancia. Acesso: 23/03/2019






sexta-feira, 8 de março de 2019

Barragens de rejeitos e seus métodos de construção

Por Náthali Giacomini

      Devido às tragédias recentes que aconteceram no Brasil, muito tem se falado sobre as barragens de rejeitos. Nesta matéria, explicaremos um pouco mais sobre o que são elas e quais são os principais tipos.

O que são as barragens de rejeitos?

    São estruturas de grande porte que tem como função a retenção de resíduos sólidos e água provenientes de processos de extração de minérios. O armazenamento desses rejeitos é necessário para evitar danos ambientais.

       Os rejeitos, por sua vez, podem ser de dois tipos: o fino, também chamado de argila, que possui baixa permeabilidade e alta compressibilidade e o granular, que é composto por areias finas e médias, possui alta permeabilidade, baixa compressibilidade e pode ser utilizados inclusive para a construção da própria barragem. 

       Uma vez dispostos nas barragens, os rejeitos passam por duas fases. A primeira delas é a fase de construção, na qual ocorre sedimentação e compressão imediata, além de adensamento e filtração. Passado esse processo de acomodação inicial dos rejeitos, vem a segunda fase, na qual ocorre, então, a dessecação e dessaturação. É nesta etapa que a barragem tem a sua vida útil.

      Já o armazenamento funciona da seguinte maneira: inicialmente é construído um dique de partida, que funciona como uma barragem de contenção comum. Porém, em determinado momento, torna-se necessário ampliar a capacidade da barragem, e isto é feito através de um procedimento conhecido como alteamento, no qual são construídos diques adicionais de modo que a barragem se torne mais alta e, assim, possa armazenar mais rejeitos. Existem três métodos principais de alteamento:


Método de alteamento a montante

       É o método com custo mais baixo. Consiste no depósito dos rejeitos hidraulicamente até a crista (parte superior) do dique de partida, formando assim uma “praia de rejeitos” que, com o tempo, se adensa e serve de fundação para os próximos diques de alteamento, que são construídos com o próprio material do rejeito. Esse processo se repete até que seja atingida a altura máxima de alteamento prevista. Apesar de ser um procedimento mais simples e mais barato, é também o menos seguro e, por conta disso, já foi proibido em países como o Chile e Peru. No Brasil, após o rompimento da barragem de Brumadinho e, anteriormente, de Mariana, foi publicada uma resolução por parte do governo que determina que as barragens a montante e método desconhecido - que totalizam 88 - devem ser eliminadas até 2021 no caso das desativadas e até 2023 no caso das em funcionamento. 




Fonte: Época Negócios



Método de alteamento a jusante 

     Da mesma forma que o método de alteamento a montante, os rejeitos são depositados hidraulicamente até a crista do dique de partida. Conforme é alcançado a borda livre desse dique, são feitos alteamentos sucessivos para jusante (parte “posterior” à barragem). A vantagem desse método é que a altura não precisa ser restringida em prol da estabilidade, sendo a área do terreno disponível o único limitante da altura final da barragem. Por outro lado, a construção desse método mais conservador possui maior custo, tanto por causa do volume de aterro necessário quanto por causa da grande área que ocupa. O Brasil possui 151 barragens de alteamento a jusante. 


Fonte: Época Negócios

Método de alteamento da linha de centro


      É um intermédio entre os dois métodos apresentados anteriormente. Da mesma forma que o método a montante, os rejeitos são lançados a partir da crista do dique inicial e, assim como o primeiro, os alteamentos são construídos com diques sucessivos. A principal diferença entre eles então, é que no método da linha de centro é mantido o eixo de simetria da barragem constante, o que garante maior estabilidade que o método a montante sem necessitar de tanto material e espaço quanto o método a jusante. É considerado o método mais seguro para a construção de barragens. O Brasil possui apenas 37 barragens construídas por esse método.

Fonte: Época Negócios


      A importância dessas barragens não pode ser negada. Até que seja encontrada uma forma eficiente de reaproveitar os rejeitos, é de comum acordo que eles devem ser armazenados e não lançados ao meio ambiente. Entretanto, como foi mostrado, há formas mais seguras de construí-las do que o método a montante que, felizmente, a partir de agora não poderá mais ser utilizado no nosso país.

Referências:

JULIO, RENNAN A. “Modelo de barragem usado em Brumadinho e Mariana é o mais barato e menos seguro”. Disponível em . Acesso em 07 de março de 2019.

ERDELYI, MARIA FERNANDA; CAVALLINI, MARTA. “Governo determina eliminação de barragens como a de Brumadinho até 2021”. Disponível em . Acesso em 07 de março de 2019.

TREVIZAN, ALVARENGA; TREVIZAN, KARINA. “Brasil tem 88 barragens do tipo 'a montante ou desconhecido', metade com alto potencial de dano, diz agência”. Disponível em:. Acesso em 07 de março de 2019.

INSTITUTO TECNOLÓGICO VALE. “Tecnologia de Barragens e Disposição de Rejeitos”. Disponível em . Acesso em 08 de março de 2019.