sexta-feira, 19 de outubro de 2018

XII Jornada Paranaense do Grupos PET

Aconteceu nos dias 12 a 14 de outubro a décima segunda edição da Jornada Paranaense dos grupos PET, sediada na cidade de Toledo, PR. O evento formado por espaços deliberativos e não deliberativos, contou com a presença de 29 petianos da Universidade Federal do Paraná, sendo dois deles do grupo PET Engenharia Civil.

O evento tem como objetivo unir os grupos PET do Paraná para realizar discussões sobre o caráter e legislação do programa, além de promover a troca de experiências entre os integrantes. Os encaminhamentos gerados através das discussões são levados para os eventos regionais, no nosso caso, o SULPET e, se aprovados nesses, são levados para o Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET).

O cronograma de atividades foi iniciado com o credenciamento na sexta-feira à tarde (12), seguido pelo almoço e as oficinas, as quais foram sobre: elaboração de artigos científicos, cultivo e plantio de erva-mate, amarras e privilégios, técnicas básicas de defesa pessoal, role-playing games (RPG), compostagem, grafite e a fronteira física da filosofia.
A cerimônia de abertura do evento ocorreu à noite na sexta-feira (12), contando com uma mesa composta por 7 docentes, entre representantes da Universidade e tutores dos grupos PET.

Mesa de Abertura do evento



Em seguida, foi construído um debate entre o Prof. Dr. Claudinei Aparecido Freitas da Silva, tutor e petiano egresso do PET Filosofia da Unioeste, e o Prof. Dr. José Dilson Silva de Oliveira. O debate girou em volta da questão: “O que é ser discente e tutor do Programa de Educação Tutorial?”.
Na manhã seguinte (13), houve um espaço deliberativo nos grupos de discussão e trabalho (GDTs),  oportunidade que os petianos têm de opinar e gerar sugestões ou encaminhamentos sobre os temas discutidos, que são levados para a Assembleia Geral. Os integrantes do PET Engenharia Civil UFPR participaram de dois GDTs: um a respeito do processo de seleção e avaliação interna de petianos e tutores e outro sobre a parceria público-privada na realização de projetos petianos.

GDT 2: O processo de seleção e avaliação interna de petianos e tutores



De tarde (13), aconteceram 3 atividades muito importantes nos eventos PET. Primeiramente, a apresentação de trabalhos, que desta vez foi realizada apenas em modo de banners. Nosso grupo apresentou um trabalho a respeito da estrutura do nosso planejamento anual, com o objetivo de incentivar outros grupos PET a desenvolverem seus planejamentos de modo semelhante. O trabalho foi apresentado por Gabriel Proença Ferreira e Lorena Sánchez Clavijo, atuais petianos bolsistas do PET Engenharia Civil UFPR.
Apresentação de trabalhos em banner

Logo depois, houve o Encontro por Áreas, que foi dividido nas áreas de conhecimento: Ciências exatas, Ciências humanas, Saúde e Engenharias. Nossos petianos coordenaram o encontro da nossa área, que contou com alunos da Engenharia Têxtil, Química, Elétrica, Civil, etc. Nele foram abordados três assuntos: a evasão, a disparidade de homens e mulheres e a conciliação entre graduação e o PET nos cursos de Engenharia. Foi uma experiência muito gratificante para nós e deixamos nosso agradecimento à Comissão Organizadora da XII JOPARPET pela oportunidade.




Encontro por Áreas: Engenharias



Para finalizar as atividades do sábado, nossos petianos participaram do Encontro de Discentes, que aconteceu paralelamente ao Encontro de Tutores. Nele conseguimos trocar experiências e também foi decidido a criação de um grupo e página no Facebook para os PETs do Paraná, ficando a cargo da Diretoria da CEPET realizar.

Foto oficial da XII JOPARPET
No último dia de evento (14), aconteceu a Assembleia Geral, a qual finalizou as atividades da XII JOPARPET.  Nela foram discutidos os encaminhamentos e sugestões gerados pelos Grupos de Discussão e Trabalho e também foi decidido a próxima sede do evento que, por enquanto, está sob a responsabilidade da UFPR.

O grupo PET Engenharia Civil agradece aos grupos PET da Unioeste de Cascavel, Toledo e Cândido Rondon pela organização do evento, que nos proporcionou vários momentos de trocas de experiência e valorização do Programa. E que venha a XIII JOPARPET!


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Museu Oscar Niemeyer e a Engenharia por trás de sua arte


Curitiba é uma cidade icônica e repleta de símbolos. Dentre tantas paisagens e construções algumas acabam se destacando, seja pela singularidade, como a Ópera de Arame, seja pela delicadeza, como o Jardim Botânico, seja pela grandiosidade, como o Prédio Histórico da UFPR, ou seja por tudo isso junto, como é o caso do Museu Oscar Niemeyer (MON). A obra, idealizada pelo arquiteto brasileiro homônimo, possui as características que eram a assinatura do artista, como suas curvas, sua leveza e suas formas complexas e pouco usuais. Contudo, observar esses elementos funcionando em conjunto e de forma tão perfeita nos faz pensar em como tudo aquilo foi projetado e construído. Pois bem, a Engenharia Civil tem a resposta para tudo isso.

Museu Oscar Niemeyer. Fonte: Gazeta do Povo.
História

            Tudo começou em 1967, quando Oscar Niemeyer projetou o que seria a sede do Instituto de Educação do Paraná. O edifício Presidente Humberto Castelo Branco (como foi batizado), no entanto, foi entregue somente 11 anos mais tarde, servindo como sede das secretarias do estado do Paraná. A construção era extremamente arrojada e ousada, além dos balanços com 20 metros de comprimento, o edifício conta com um vão livre de 65 metros, que lhe rendeu, inclusive, o recorde de maior vão livre em concreto protendido na época. Além disso, todas as vigas são apoiadas em roletes metálicos, que possibilitam que o deslocamento térmico da estrutura ocorra livremente.

Operários montando as bainhas e placas de ancoragem, projetadas para suportar aproximadamente 400tf de força de protensão cada. Fonte: Shido Ogura.

Rolete móvel (apoio do primeiro gênero) utilizado na construção do edifício. Fonte: Shido Ogura.

            Contudo, em 2002, durante o governo de Jaime Lerner, o edifício recebeu uma nova destinação, tornando-se um museu. Para tanto, o espaço precisou passar por algumas readequações e, além disso, recebeu a criação de um novo anexo: o ilustre “Olho”, também idealizado por Oscar Niemeyer.

Obras

            Construir um projeto arquitetado por Oscar Niemeyer por si só já é um grande desafio, contudo, o prazo de entrega extremamente curto elevou a dificuldade de execução da obra a outros níveis. A construção do “Novo Museu”, como foi nomeado na época, teve seu prazo total fixado em exatos 185 dias e, para suprir essa altíssima demanda, foram empregados mais de 600 operários, que se revezavam em três turnos.
Durante as obras, optou-se pela moldagem “in loco” das estruturas, sendo as lajes do teto do Olho as únicas peças pré-moldadas. O projeto também estabeleceu que o concreto utilizado na construção deveria possuir uma faixa de resistência entre 25 e 40 MPa, bem como possuir uma relação água/cimento máxima de 0,5. 

Construção do anexo “Olho”. Fonte: Nani Gois.

A construção do novo anexo demandou, ao todo, 5226 m³ de concreto, contudo tamanha quantidade de material poderia causar problemas como temperaturas altíssimas durante o processo de hidratação, assim como problemas de retração. Por conta disso, optou-se pelo emprego do cimento CP IV-32 (Cimento Portland pozolânico), que, pela presença de pozolana em sua composição, possui hidratação lenta e baixa liberação de calor.

Construção da rampa de acesso ao MON. Fonte: Gazeta do Povo.

            Para conseguir transpor do papel à realidade a concepção do olho, a solução encontrada pelos engenheiros foi a criação de uma estrutura com balanço duplo, coberta por uma cúpula. Os balanços possuem, mais especificamente, 30 metros de comprimento e são apoiados em um núcleo central de 10 metros. A cobertura da estrutura é formada por uma casca curva, com 10 cm de espessura, engastada nas extremidades do vão. A parte inferior, no entanto, é formada por uma casca invertida apoiada nas próprias vigas em balanço. O prédio do Olho possui ao todo 30 metros de altura e 70 de comprimento, tendo uma área total de 4.125,37 m².

Exemplo esquemático da estrutura do Olho. Fonte: Wikipédia

Reconhecimento

No dia 22 de Novembro de 2002, após 6 meses intensos de trabalho e US$ 14 milhões investidos, o Museu Novo foi inaugurado. A denominação de Museu Oscar Niemeyer só veio alguns meses depois, com a reformulação da nova diretoria. Desde então o museu recebeu mais de 300 exposições nacionais e internacionais, já foi visitado por mais de 3 milhões de visitantes e possui um acervo com mais de 9 mil publicações e periódicos para pesquisa. Em 2012, foi eleito um dos 20 museus mais bonitos do mundo, segundo o guia norte-americano Flavorwire. Já em 2017, foi reconhecido pelo Travellers’ Choice, do site de turismo Trip Advisor, como o terceiro melhor museu do Brasil e quinto melhor da América do Sul.

Vista noturna do MON. Fonte: The Best In Design.

            Diante disso tudo fica nítida a importância do Museu Oscar Niemeyer para a engenharia, arquitetura e para sociedade como um todo. Sua construção é um exemplo a ser seguido, seja por conta de sua eficiência, agilidade ou qualidade. A obra reflete o casamento perfeito entre a genialidade e a arte de Niemeyer e a técnica e tecnologia da engenharia. O MON, acima disso, é um espaço de cultura e conhecimento, um verdadeiro tesouro que temos o prazer de ter a nossa disposição.

Fontes:

MOSER, Sandro. PEDREIRA, BARIGUI, MON… COMO ERAM OS PRINCIPAIS PONTOS DE CURITIBA “ANTES DA FAMA”. Disponível em: https://guia.gazetadopovo.com.br/materias/antes-e-depois-dos-pontos-turisticos/. Acesso em: 04/10/2018.

HAUS, GAZETA DO POVO. MON ESTÁ DE ANIVERSÁRIO! CONHEÇA DETALHES E CURIOSIDADES DO PROJETO HISTÓRICO. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/8-curiosidades-para-celebrar-15-anos-do-mon/. Acesso em: 04/10/2018.

SANTOS, Altair. MUSEU OSCAR NIEMEYER DESAFIOU A ENGENHARIA PARANAENSE. Disponível em: http://www.cimentoitambe.com.br/obra-foi-eleita-uma-das-20-mais-bonitas-do-mundo-e-contou-com-a-participacao-da-construtora-cesbe-e-do-concreto-da-concrebras/. Acesso em: 04/10/2018.

CESBE S.A.. EDIFICAÇÕES: MUSEU OSCAR NIEMEYER. Disponível em: http://www.cesbe.com.br/obras/museu-oscar-niemeyer/. Acesso em: 04/10/2018.

AVANTEC ENGENHARIA. CASE: MUSEU OSCAR NIEMEYER. Disponível em: http://avantecengenharia.com.br/case-museu-oscar-niemeyer/. Acesso em: 04/10/2018.