segunda-feira, 23 de abril de 2018

O Problema do Saneamento Básico no Brasil


Conhecido como uma das necessidades básicas do ser humano, como sugere o nome, o saneamento básico busca promover água potável de qualidade e destinação correta do esgoto e do lixo, além de trata-los quando possível. Os principais objetivos são: prevenir doenças, melhorar a limpeza pública básica e a qualidade de vida da população.
Na década de 70, apenas um terço das residências do Brasil possuía acesso à rede de esgoto, no qual 5% deste recebia o devido tratamento. O resto era jogado aos rios, que desembocam no mar, fazendo uma cascata de poluição. Em 2007 foi, enfim, aprovada a lei número 11.445, que assegura o saneamento básico a todos os residentes do Brasil. Entretanto, mesmo com 10 anos de lei, pouco mais da metade da população tem esse direito garantido pelo Estado.
Em 2010, 55% população brasileira conseguiu acesso à rede de esgoto, conforme dados da Companhia Saneamento de Jundiaí.  Segundo o site da Sampex Desentupidora (2012), 8,4 bilhões de litros de esgoto são gerados a cada dia no Brasil, porém somente 30% deste é tratado, voltando a ser classificado como potável.


FIGURA 1 – Estação de tratamento de esgoto no Rio de Janeiro
Fonte: https://dedambiental.com.br/dicas/cuidados-estacoes-de-tratamento-de-esgoto-chuva/


A média do país decepciona, e dados concretos de cada local podem chocar mais ainda. Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR) são as únicas capitais presentes no top 10 da pesquisa do Instituto Trata, com 100% e 98,5% de suas respectivas populações tendo acesso ao saneamento básico. Já entre as 10 piores, aparecem quatro capitais: Teresina (PI), Belém (PA), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) com respectivamente 16,3%, 7,2%, 6% e 2,2%.


FIGURA 2 – Esgoto a céu aberto em Macapá
FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-melhora-mas-metade-dos-brasileiros-segue-sem-esgoto-no-pais.ghtml

A fim de auxiliar a lei de 2007, foi planejado e lançado, em 2014, o Plano Nacional de Saneamento, que conta com metas de curto, médio e longo prazo, revisadas de quatro em quatro anos e com prazo final de 20 anos (ou seja, em 2034). Entre as metas, está a universalização dos serviços de saneamento e a diminuição no desperdiço de água. Infelizmente, segundo a Confederação Nacional da Indústria, o plano somente poderá ser concretizado em 2054 devido à lentidão dos investimentos.


FIGURA 3 – Logo do Plano Nacional de Saneamento Básico
FONTE: https://brasil.gov.br/infraestrutura/2012/09/consulta-publica-para-definir-proposta-sobre-saneamento-basico-prorrogada/plansab/view

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é um planejamento que deve conter dados sobre abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, que deverá ser elaborado por técnicos da prefeitura e aprovado em audiência pública. O PMSB deve ser referência para o cumprimento de metas, a fim de melhorar o saneamento nas cidades.
A partir de 2018, cada cidade deverá possuir um PMSB para que receba recursos federais de investimento nessa área. Infelizmente, apenas 1.692 cidades (30,4%) declararam ter feito o plano. Enquanto isso, 37,5% dizem estar com a elaboração do plano em andamento, 29,9% não apresentaram qualquer tipo de dado e 2% apresentam inconsistências nos dados descritos.            
A principal argumentação das cidades que têm dificuldades em apresentar o plano é a falta de engenheiros capacitados para a elaboração do mesmo aliada à inexistência de verba para contratar consultorias terceirizadas.
Os únicos estados que apresentaram mais de 50% dos municípios com PMSB foram Santa Catarina (86%), São Paulo (64%) e Rio Grande do Sul (54%). Há 15 estados em que menos de 20% dos municípios possuem o Plano, assustam Pará (15%), Rondônia (10%) e Amapá (0%).


REFERÊNCIAS:
QUAL a importância do saneamento básico?. Disponível em: . Acesso em: 12 março 2018.
A importância do Saneamento Básico e seus principais benefícios. Disponível em: . Acesso em: 12 março 2018.
SANEAMENTO Básico. Disponível em: . Acesso em: 12 março 2018.
SANEAMENTO melhora, mas metade dos brasileiros segue sem esgoto no país. Disponível em: . Acesso em: 12 março 2018.
PLANO municipal de saneamento básico. Disponível em: . Acesso em: 10 abril 2018.
APENAS 30% das cidades do Brasil têm planos municipais de saneamento. Disponível em: . Acesso em: 10 abril 2018.



sexta-feira, 13 de abril de 2018

Eixample: Uma Lição sobre Planejamento Urbano


Barcelona tem sua imagem comumente associada à sua grande tradição no futebol, às suas praias, aos seus cassinos e, o que poucos sabem, ao seu planejamento urbano. Prova disso é o distrito de Eixample, localizada dentro da capital catalã.  


Vista aérea da região de Eixample

História
Até a metade do século XIX Barcelona era tida como uma fortaleza, cercada por muralhas medievais. No entanto, em 1858, por conta de sua população crescente e da necessidade de ligações com outras cidades, a cidade deu início à sua expansão.  O projeto, considerado como pioneiro no urbanismo moderno, foi idealizado pelo engenheiro Ildefons Cerdà e ficou restrito à região de Eixample. Ao conceber o projeto, o engenheiro catalão idealizou uma cidade com ruas largas e espaços verdes, buscando acima de tudo qualidade máxima de sol, luz e ventilação nas habitações.
Enquanto estava em um avião, Cerdá projetou uma grade com ruas estritamentes paralelas e perpendiculares (em relação ao mar), com exceção de algumas avenidas que cruzam diagonalmente a malha.

Concepção inicial do Plano Cerdá


Inicialmente o Plano Cerdá (como ficou conhecido o projeto) previa ruas de 20 metros, blocos de habitação com 16 metros de altura e com área verde em seu interior para uso público. O projeto também estabeleceu que haveria um mercado a cada 900 metros, um parque a cada 1500, três hospitais, um cemitério, uma floresta e 31 igrejas. Além disso tudo, Cerdá também projetou a comunicação entre modais ferroviário e rodoviário, bem como um sistema para coleta de água.


Eixample e seus prédios de altura padronizada


O Chaflán
Uma das características que mais chama a atenção nos quarteirões de Eixample é a adoção do chaflán (xamfrà em catalão), que consiste em esquinas chanfradas.


Exemplo de esquinas em chaflán


Tal característica permite uma vista mais ampla, um maior ângulo de visão nos cruzamentos, e mais mobilidade para os pedestres. Tais chanfros são muito utilizados como estacionamentos de carros e motos ou como extensão de bares, cafés e restaurantes.

Chanfro utilizado como estacionamento de motos e como extensão de um restaurante

Atualmente
O distrito de Eixample já não segue à risca seu projeto original. Ao longo dos anos algumas das diretrizes iniciais passaram por mudanças para atender melhor às demandas da cidade. Com isso muitas das “ilhas de lazer” no interior dos quarteirões deixaram de existir e deram lugar a novas construções, além disso tornou-se permitido construir prédios com alturas maiores que 16 metros de altura.


Eixample atualmente


Contudo, apesar das mudanças, Eixample continua sendo uma fonte de inspiração no que diz respeito a planejamento urbano e estruturação de cidades. Mesmo 160 anos depois de sua idealização, o projeto de Ildefons Cerdà continua à frente de nosso tempo.



Fontes:
SUTILLI, Tati. ARQUITETURA E PLANEJAMENTO URBANO DE BARCELONA.
ROSA, Cristina. TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O BAIRRO DO EIXAMPLE.
PASSAPORTE BCN. EIXAMPLE.
ANY CERDÁ. HACE 150 ANOS.
sexta-feira, 6 de abril de 2018

V CONPET Civil

Nos dias 30, 31 de março e 1 de abril ocorreu, em Ouro Preto - Minas Gerais, o V Congresso
Nacional dos grupos PET de Engenharia Civil (CONPET). No evento estiveram presentes 109
petianos de todas as regiões do Brasil.

Membros do PET Civil da UFPR, que estiveram presentes no V CONPET
Foto por: Lívia Andrade de Ribeiro


O CONPET foi idealizado para proporcionar maior integração entre os grupos PET de
Engenharia Civil do país, através de discussões sobre a realização de suas atividades e sobre
o programa. O tema principal abordado nesse ano foi “PET: Multiplicador de Conhecimento
para a Transformação Social”, o que possibilitou o debate sobre o papel do Programa de
Educação Tutorial na sociedade. Foram 3 dias de evento repletos de palestras, grupos de
discussão, apresentação de trabalhos e atividades de integração.

As atividades se iniciaram na sexta-feira (29/03) com uma mesa de abertura, seguida de
uma palestra realizada pelo Professor Luiz Fernando Rispoli, que falou sobre o processo de
aprendizagem na educação e a importância de sempre buscarmos aprender além do básico.

Mesa de abertura do evento
Foto por: Lívia Andrade de Ribeiro

O segundo dia de evento começou com a palestra do Professor Romero Gomes sobre a visão
social da Engenharia Civil, ele mostrou que o engenheiro precisa ser sensível aos
acontecimentos e ir além da visão tecnicista. No decorrer do dia aconteceram mais duas
palestras: Uma sobre Rejeitos Industriais, ministrada pela Arquiteta e Urbanista Wanna
Carvalho; e uma que trouxe conceitos de organização e liderança, na qual o palestrante
foi o Administrador Tiago Mitraud.

Também aconteceram os grupos de discussão (GD), momento que reúne discentes e
docentes para debater sobre determinado assunto. Os temas abordados nos GD’s foram:
Petiano, Relação e Crescimento Pessoal; Desconstrução da Imagem PET; A relação Professor
e Aluno; a Ponte entre a Comunidade e a Universidade; O Agente Transformador que a
Sociedade Merece e Precisa e A Responsabilidade Ética do Engenheiro. Os resultados destas
discussões foram escritos e serão divulgados pela Comissão Organizadora.

No terceiro dia de evento aconteceu a apresentação de trabalhos, foram enviados dois
trabalhos do PET Engenharia Civil UFPR: “Uso da Engenharia Natural em Obras de
Insfraestrutura Ferroviária”, escrito pelos membros: David Borba, Fernanda Goes e Gabriel
Proença; e “Processo para Implementação do Kit Estrutural Mola nas Disciplinas da Área de
Estruturas da UFPR”, escrito pelos membros: Marcus Camargo e Rafaela Marrino; todos
foram revisados pelo professor Elvídio Gavassoni, tutor do PET Engenharia Civil.

Membros do PET Civil UFPR apresentando o trabalho
Foto por: Lívia Andrade de Ribeiro

No mesmo dia aconteceu a experiência PET, momento no qual cada grupo relata alguma
atividade que realiza. Os membros: Lorena Clavijo e Denis Daniel apresentaram sobre a
nossa organização interna.

Experiência PET
Foto por: Lívia Andrade de Ribeiro

Para finalizar o evento foi realizada uma atividade “Árvore dos Problemas”, que nos fez
refletir sobre o que impede os grupos de serem agentes transformadores da sociedade e
como podemos resolver esse problema.

O V CONPET Civil foi  muito importante para o desenvolvimento do PET Engenharia Civil da
UFPR  e seus membros, a reflexão que o evento nos proporcionou será norteadora das
nossas atividades. A relação com outros grupos do mesmo curso nos fez perceber a
dimensão do Programa e nos motivou ainda mais.

Agradecemos ao PET Engenharia Civil da UFOP por toda a receptividade e organização
deste evento incrível, que jamais iremos esquecer!

Até o próximo CONPET, que será na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre - RS!

Foto Oficial do Evento
Foto por: Lívia Andrade de Ribeiro